Benin e Chade contam votos em meio a onda de violência e repressão policial

Enquanto Benin vive protestos contra a possível reeleição de Patrice Talon, o Chade se encaminha o sexto mandato de Déby

Os países africanos Benin e Chade mantiveram a contagem dos votos após as eleições de domingo (10). Enquanto Benin foi marcado pela onda de violência em meio a protestos, Chade tende a estender o mandato de 30 anos do presidente Idriss Déby em meio a uma forte corrente opositora e repressão policial.

Na cidade beninense de Bante, pessoas foram mortas depois que as forças de segurança passaram a lançar “tiros de alerta” em um protesto contrário ao atual presidente e candidato à reeleição Patrice Talon. A polícia local não confirmou o número de mortos à emissora VOA (Voice of Africa).

Os partidos de oposição acusam Talon de manipular a corrida eleitoral ao seu favor. Diversos políticos adversários já iniciaram uma campanha de boicote ao pleito. Talon, um multimilionário da indústria do algodão de 62 anos, foi eleito presidente em 2016 e enfrenta dois rivais: Alassane Soumanou e Corentin Kohoue.

Benin e Chade contam votos em meio a onda de violência e repressão policial
Seção de votação na capital de Benin, Porto Novo, em 10 de abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Gouvernement du Bénin)

Os registros de sequestro de observadores e intimidação de eleitores fizeram com que a participação no pleito de Benin fosse baixa, disse a Comissão Eleitoral do país. O órgão não divulgou números comparativos.

Opositores acusam Talon de influir para o aumento da instabilidade de Benin – tido como um dos países mais estáveis do continente. Eles acusam o presidente de empurrar leis eleitorais que colaboraram para o total controle do Parlamento e de perseguir candidatos adversários sob uma lei de contraterrorismo, disse a Anistia Internacional.

A pequena nação de 12 milhões de habitantes que já é o maior exportador de algodão da África desde 2018 deve divulgar os resultados provisórios do pleito nesta terça (13). Já no Chade, o prazo se estende até o dia 25. Restam poucas dúvidas, porém, de que é Déby quem deve continuar no poder, registrou a Reuters.

Um dos líderes mais antigos da África, Déby assumiu a presidência em 1990 durante uma rebelião armada. Em 2018, aprovou uma constituição que lhe permitia permanecer no cargo até 2033. A mão forte controla todas as instituições do Estado e já afirmou que venceria o pleito “como fez nos últimos 30 anos”. Ele se prepara para o sexto mandato.

Guelleh reeleito em Djibouti

Na pequena e estratégica nação de Djibouti, no Chifre da África, o atual presidente Ismail Omar Guelleh foi reeleito com 97% dos votos. Os resultados provisórios foi lançados pela Comissão Eleitoral do país no sábado (10).

Conforme o governo, o empresário e adversário Zakaria Ismail Farah recebeu apenas 2,48% dos votos. Os resultados finais serão divulgados até o final da semana. Guelleh inicia seu quinto mandato como líder do Djibouti, nação que governa desde 1999.

O país é um parceiro estratégico dos EUA e hospeda a única base militar permanente na África. Os soldados de Djibouti também desempenham cargos de liderança nas operações de manutenção de paz na Somália, ao lado da União Africana, Etiópia, Quênia, Uganda e Burundi.

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