Putin aprova lei de imunidade vitalícia a ex-presidentes

Medida ainda autoriza prorrogação de governo até 2036; se acontecer, Putin supera Stalin, que ficou quase 30 anos no poder

O presidente russo Vladimir Putin aprovou a lei que concede imunidade vitalícia a todos os ex-chefes de Estado do país nesta terça (22), registrou a Al-Jazeera.

A medida também permite que os ex-presidentes se tornem “senadores vitalícios” assim que deixam o Kremlin. A lei lançada por Putin no final de outubro integra uma ampla reforma do sistema político da Rússia.

Outra alteração autoriza Putin a comandar o país por mais dois mandatos de seis anos. Como a atual legislatura termina em 2024, Putin pode permanecer no poder até 2036.

Se isso acontecer, o político superará o governo de quase três décadas do ditador Joseph Stalin, que morreu em 1953. Putin assumiu o cargo pela primeira vez de 2000 a 2008 e novamente em 2012. No intervalo, foi primeiro-ministro do país.

Na Rússia, Putin aprova lei de imunidade vitalícia a ex-presidentes
O presidente russo, Vladimir Putin, em ato oficial no Kremlin em janeiro de 2017 (Foto: Kremlin)

Os ex-presidentes russos já tinham direito à imunidade em processos por crimes cometidos durante o mandato. A nova lei, porém, define que eles não poderão ser presos, revistados, questionados ou processados.

Apesar de prever a possibilidade de revogação ao privilégio, a nova norma determina que a retirada do direito só ocorrerá após 90% do Parlamento decidir que o presidente cometeu “traição ou outro crime grave”.

Além do último líder soviético, Mikhail Gorbachev, o único presidente vivo da Rússia é o próprio Putin. Boris Ieltsin, que governou o país de 1991 a 1999, morreu em 2007.

O projeto requer ainda uma última assinatura do presidente para virar lei – uma mera formalidade, já que Putin sancionou as normas antes de enviá-las para análise do Parlamento, majoritariamente a seu favor.

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