Para manter o governo, premiê da Itália apela a centristas e independentes

Sem o apoio de ex-aliado, premiê Giuseppe Conte tenta reunir voto de confiança em maioria do Senado da Itália

O governo do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, não reuniu a maioria absoluta do Senado nesta terça (19). Agora, para permanecer no poder após o desembarque do partido do ex-premiê Matteo Renzi, o político apela para centristas e independentes.

Conte defendeu seu governo na Câmara Alta em uma sessão plenária nesta terça (19). A manobra ocorreu pouco depois de conquistar um voto de confiança da Câmara dos Deputados na segunda (18).

Ao todo, restam 15 votos para Conte alcançar a maioria de 161 dos 321 senadores. Sem conquistar a ala mais oposicionista no Senado, resta a expectativa de que as abstenções favoreçam a permanência do político no comando do país, reportou a Reuters.

Em briga por governo, premiê da Itália apela a centristas e independentes
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em pronunciamento no Parlamento Europeu em fevereiro de 2019 (Foto: European Parliament)

Em caso de derrota, o primeiro-ministro de centro-esquerda seria forçado a renunciar após 17 meses no cargo. Com uma maioria de abstenções, a tendência é que Conte opere com um governo minoritário.

Nesta terça-feira, o partido Itália Viva surpreendeu ao se abster sobre o apoio a Conte. “O sentimento unânime é o de que os senadores devem se abster”, disse a ex-ministra da Agricultura e integrante da sigla, Teresa Bellanova.

Ao deixar a coalizão governista, Renzi pressionou aos 18 senadores da sigla a retirar o apoio ao governo, disse o jornal italiano “Corriere Della Sera”. “Precisamos de um governo mais forte”, defendeu o ex-premiê na tribuna.

“Por causa desse governo, a Itália é tem a pior economia e a pior proporção entre população e mortes devido à Covid-19“, criticou Renzi em sua fala de 20 minutos contra Conte no Senado.

Crise em momento delicado

Conte classificou a saída de Renzi como “irresponsável” em seu discurso de defensa ao governo nesta terça (19). Ele acusa o ex-aliado de desencadear uma crise em meio à segunda onda da Covid-19.

O paí,s de 60 milhões de habitantes, já confirmou mais de 2,3 milhões de infectados e 82,5 mil mortes em decorrência do vírus.

“Temos que construir novos laços políticos com as forças parlamentares que têm apoiado lealmente o governo e com aqueles que realmente se preocupam com o destino do país. Estou disponível para isso”, disse Conte aos senadores.

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