Afeganistão registra 14 mortos em uma série de ataques atribuídos ao EI-K

Grupo assumiu a autoria das explosões que atingiram três mini vans no norte do país. Outra bomba atingiu mesquita de Cabul

Ao menos 14 pessoas morreram em uma série de explosões registradas na quarta-feira (25) no Afeganistão. Os ataques foram confirmados pelo Taleban, que governa o país desde agosto de 2021. As informações são da agência Associated Press.

Um dos ataques aconteceu dentro da mesquita Hazrat Zakaria, em Cabul, e matou cinco pessoas que ali estavam para fazer suas orações. O Hospital Emergencial da capital afegã diz ter recebido 22 vítimas da explosão.

“A explosão ocorreu enquanto as pessoas estavam dentro da mesquita para as orações da noite”, afirmou Khalid Zadran, porta-voz da polícia talibã em Cabul.

As outras ações atingiram três mini vans na cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país, e deixaram nove mortos e 15 feridos. O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K) assumiu a autoria desses ataques, cujas vítimas pertencem à minoria xiita que constitui o principal alvo do grupo extremista.

O EI-K usou seu canal online de notícias Aamaq para reivindicar os atos em Mazar-e-Sharif. As bombas foram colocadas dentro dos veículos, de acordo com Mohammad Asif Waziri, porta-voz nomeado pelo Taleban na província de Balkh.

Embora a organização terrorista não tenha assumido oficialmente a ação em Cabul, ela carrega o padrão do afiliado regional do Estado Islâmico (EI).

Homem-bomba do Ei-K no Afeganistão (Foto: reprodução de vídeo)
Por que isso importa?

Embora tenha ganhado notoriedade somente após o Taleban ascender ao poder, o EI-K não é novo no cenário afegão. O grupo extremista opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do Estado Islâmico (EI) do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que migraram para fugir da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.

Agora que a ocupação estrangeira no Afeganistão terminou e que o antigo governo foi deposto pelo Taleban, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.

Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento de todos eles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan, quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.

No início de outubro de 2021, dezenas de pessoas morreram em um ataque suicida a bomba contra uma mesquita na província de Kunduz, no nordeste do Afeganistão. Já em novembro, nova ação do EI-K, esta contra um hospital de Cabul, deixou 25 pessoas mortas e cerca de 50 feridas.

Não há diferença substancial entre EI e EI-K, somente o local de origem, a região de Khorasan, originalmente parte do Irã.

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