Acusados de queimar Alcorão serão julgados por crimes de ódio na Suécia

Dois homens foram acusados de "crimes de agitação contra um grupo étnico ou nacional" por queimarem Alcorões em frente a mesquitas e locais públicos

Dois homens na Suécia serão julgados por terem queimado uma cópia do Alcorão no ano passado, informaram promotores suecos na quarta-feira (28). Uma série de profanações do livro sagrado do Islã, realizadas por ativistas anti-islâmicos em julho de 2023 gerou indignação generalizada em países muçulmanos, despertando preocupações sobre possíveis ataques de vingança no país nórdico. As informações são da Deutsche Welle.

O Ministério Público sueco informou que Salwan Momika e Salwan Najem foram acusados de cometer “crimes de incitação contra um grupo étnico ou nacional” em quatro ocasiões diferentes.

Momika, um refugiado iraquiano de 37 anos, solicitou autorização às autoridades, que concederam, para a realização da queima do livro sagrado, com o objetivo de “expressar sua opinião” sobre o livro sagrado muçulmano.

Na crença islâmica, o Alcorão é o livro sagrado dos muçulmanos que contém revelações que Alá transmitiu a Maomé (Foto: WikiCommons)

As acusações indicam que ambos profanaram o Alcorão, incluindo queimá-lo, enquanto faziam comentários ofensivos sobre os muçulmanos. Um dos atos ocorreu em frente a uma mesquita na capital, Estocolmo.

Críticos sugerem que a Suécia deveria considerar a queima do Alcorão como liberdade de expressão protegida por lei. No entanto, os promotores suecos acusaram dois homens de incitação contra grupos étnicos ou nacionais, alegando que suas ações e declarações visavam demonstrar desprezo pelos muçulmanos por causa de sua fé.

Um dos homens não comentou as acusações, enquanto o outro, por meio de seu advogado, negou qualquer irregularidade e afirmou que a manifestação está protegida pela constituição sueca.

A queima do Alcorão se tornou ato recorrente entre militantes de extrema direita no país escandinavo, sendo associada ao político dinamarquês-sueco radical Rasmus Paludan, que ateou fogo no livro sagrado do Islã do lado de fora da embaixada turca na capital do país em janeiro e gerou um mal-estar diplomático. No entanto, Paludan não estava envolvido na ação ocorrida na quarta-feira.

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