Agentes do Kremlin ‘mataram meu pai’, diz filho de cientista preso no leito de morte

"Eles nem deixaram nossa família se despedir", disse o filho de Dmitry Kolker nas redes sociais

O filho do físico Dmitry Kolker, cientista russo que morreu no sábado (2) vítima de um câncer terminal dois dias após ser levado da Sibéria para uma prisão em Moscou, acusa a FSB (Agência de Segurança Federal) de matar seu pai. As informações são da revista Newsweek.

Acusado de trair o Estado ao praticar espionagem para a China, Kolker foi retirado de sua cama de hospital, onde tratava um tumor avançado no pâncreas e era alimentado por uma sonda, e colocado por agentes da FSB em um voo de mais de quatro horas para a capital.

Dmitry Kolker era especialista em laser (Foto: Twitter/Reprodução)

Maxim Kolker, filho do cientista, relatou que seu pai estava impossibilitado de comer sozinho e vinha sendo alimentado por via intravenosa antes de ser levado sob custódia. Em um post no VK, a rede social mais popular na Rússia, ele denunciou a crueldade dos agentes do Kremlin na condução da prisão.

“O FSB matou meu pai, tirando-o do hospital enquanto sabia em que condição ele estava. Obrigado país!!!! Eles nem deixaram nossa família se despedir”, escreveu. E endereçou um recado aos envolvidos: “Espero que vocês respondam por suas ações. Vocês levaram dois dias para matar um homem. Agora eu e minha família ficamos sem pai”.

No último sábado (2) um tribunal de Moscou ordenou a prisão preventiva do cientista por dois meses, enquanto uma investigação da FSB seria conduzida. Porém, de acordo com o advogado da vítima, Aleksandr Fedulov, Kolker morreu no mesmo dia após ser levado às pressas para um hospital.

Doutor em física e matemática pela Universidade Estadual de Novosibirsk, o cientista especialista em laser foi acusado de espionagem para Beijing, onde já havia dado palestras científicas, segundo a família, que o declara inocente.

Vários cientistas russos foram presos e acusados ​​de traição nos últimos anos por supostamente passarem material sensível a estrangeiros.

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