Ameaças de bomba em nome do Estado Islâmico levam a Áustria a fechar escolas em Viena

Alerta mobiliza autoridades e ocorre dias antes de um mortífero atentado terrorista na capital austríaca completar três anos

As autoridades austríacas decidiram fechar e evacuar diversas escolas em Viena, capital do país europeu, na quarta-feira (8), depois de receberem ameaças de bomba de pessoas que diziam agir em nome do Estado Islâmico (EI). As informações são do site The Local.

De acordo com as autoridades, estudantes, professores e demais funcionários foram retirados de diversos centros vocacionais em três bairros de Viena. Paralelamente, a polícia abriu uma investigação para apurar as ameaças, que diz levar “muito a sério.”

A primeira ameaça surgiu no começo da manhã e chegou por e-mail, alertando para uma bomba em uma escola de negócios e turismo. Posteriormente, outras foram surgindo, o que levou as autoridades a adotarem medidas de precaução.

Imagem da Ópera de Viena, na Áustria (Foto: Vish Pix/Pexels)

Na mensagem, os supostos extremistas diziam estar “lutando pelo Estado Islâmico” e ameaçavam fazer “uma limpeza nas escolas de Viena” em algum momento entre os dias 7 e 11 de novembro. O texto acrescentava que esta é uma luta contra o “incrédulos”, referência àqueles que não seguem os mesmos preceitos que o grupo terrorista.

A força policial de Viena se manifestou sobre a ocorrência através da rede social X, antigo Twitter. “Gostaríamos de informar que atualmente surgiram várias ameaças de bomba em escolas. Em estreita coordenação com a Direção de Educação, as escolas afetadas serão evacuadas durante a busca”, diz mensagem publicada na quarta.

Ainda de acordo com a polícia, especialistas em explosivos e cães foram acionados para encontrar eventuais dispositivos explosivos, com as forças de segurança mobilizadas para “garantir um processo calmo e seguro.”

Europa em alerta

Em 2021, a Áustria endureceu sua legislação antiterrorismo, consequência direta de um atentado que matou cinco pessoas em novembro de 2020. O objetivo é combater principalmente a propaganda de grupos extremistas.

A nova lei proíbe símbolos das organizações listadas como terroristas pela União Europeia (UE), entre elas o próprio EI, que assumiu a autoria do ataque de três anos atrás, além de Al-Qaeda, Irmandade Muçulmana, Hezbollah, o movimento fascista croata Ustasha e outros.

Agora, as autoridades têm o poder de afastar pessoas de locais ou circunstâncias que possam contribuir para sua radicalização. Já as empresas são obrigadas a verificar se sua contabilidade atende às regras que proíbem o financiamento doméstico de extremistas.

Homenagem às vítimas do atentado de Viena em novembro de 2020 (Foto: Bwag/Commons)

Por sinal, as recentes ameaças contra escolas ocorrem logo após o atentado de 2020 completar três anos, o que aconteceu no dia 2 de novembro. Também surgem em um momento de alerta na Europa, que foi alvo de um ataque recente em Bruxelas, na Bélgica.

No dia 16 de outubro, dois cidadãos suecos foram mortos a tiros na capital belga por um homem que atuou em nome do EI. O terrorista, um tunisiano que vivia ilegalmente no país após ter seu pedido de asilo negado, chegou a gravar um vídeo antes do ataque. Ele se identificou como Abdesalem Al Guilani e disse ter se inspirado no grupo extremista, que mais tarde oficializou a relação.

Segundo autoridades, nas imagens ele disse também que foi motivado a atacar cidadãos suecos devido aos recentes protestos ocorridos na Suécia nos quais cópias do Alcorão foram queimadas. Afirmou, ainda, que o livro sagrado é “uma linha vermelha” pela qual estaria “pronto para se sacrificar.”

França também foi palco de um atentado recentemente, bem como de uma série de ameaças de bomba. Em 13 de outubro, um jovem de 20 anos usou uma faca para assassinar uma professora em Arras, cidade do norte da França. Em vídeo gravado antes do ataque, ele fez breve referência ao conflito no Oriente Médio e disse agir em nome do EI.

Já as ameaças de bomba, que mais tarde se mostraram falsas, levaram à evacuação de atrações turísticas como o Palácio de Versalhes, em um subúrbio de Paris, e do Museu do Louvre, que recebe cerca de 30 mil visitantes por dia.

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