Polícia alemã faz buscas na casa de dois suspeitos de ligação com ataque em Viena

Homens seriam ligados a um grupo extremista islâmico e teriam mantido contato com o autor do atentado de novembro

A polícia alemã realizou buscas na casa de dois suspeitos de envolvimento com o ataque terrorista que matou quatro pessoas e feriu 23 em Viena, na Áustria, em novembro de 2020. As autoridades não informaram se foi efetuada alguma prisão, segundo a emissora de TV europeia Euronews.

Um dos homens, Drilon G., tem cidadania alemã, e outro, Blinor S., é kosovar, informou a rede alemã Deutsche Welle. Eles seriam ligados a um grupo extremista islâmico e teriam mantido contato via internet com Kujtim Fejzulai, o terrorista de 20 anos ligado ao EI (Estado Islâmico) autor do atentado e morto pela polícia na ocasião.

Homenagem às vítimas do atentado de Viena em novembro de 2020 (Foto: Bwag/Commons)

As investigações apontam que os dois homens viajaram a Viena para encontrar Fejzulai diversas vezes em julho de 2020, quatro meses antes do ataque. “Eles conheceram outras pessoas do movimento islâmico na Áustria e na Suíça”, diz um comunicado das autoridades alemãs.

De acordo com a polícia, foi encontrado DNA dos dois homens nas armas usadas no atentado, e desde então eles vinham sendo investigados. Eles também teriam apagado mensagens trocadas com Fejzulai pela internet, a fim de tentar encobrir a conexão entre os três. Até agora, 15 pessoas foram presas por envolvimento com o ataque em Viena.

Mudanças na lei

No início deste ano, o governo da Áustria prometeu uma “reforma radical” na agência de inteligência após a publicação de um relatório sobre o “fracasso” na resposta ao ataque terrorista de novembro. O ministro do Interior Karl Nehammer prometeu dobrar o tamanho da operação antiterrorismo do país, bem como uma nova legislação de segurança nacional.

Conforme o documento, o BVT (Escritório Federal Contraterrorismo, da sigla em alemão) já havia sido informado da possibilidade do ataque pela vizinha Eslováquia. O relatório aponta uma série de falhas na tentativa de conter o atentado, classificado como o pior em décadas. O próprio Fejzulai chegou a ser preso por tentativa de se associar ao EI, mas acabou solto.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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