Após motim e morte de Prigozhin, Rússia passa a controlar mercenários mais de perto

Ex-integrantes do Wagner Group agora servem à guarda nacional russa, às forças chechenas e a outra organização paramilitar

O governo da Rússia passou a exercer maior controle sobre os mercenários que antes serviam ao Wagner Group, que em junho protagonizou um motim no país e dois meses depois perdeu seu líder, Evgeny Prigohzin, morto em um misterioso acidente de avião. É o que afirma o Ministério da Defesa do Reino Unido em seu mais recente boletim de inteligência.

De acordo com o órgão governamental britânico, que divulgou as informação através da rede social X, antigo Twitter, muitos combatentes que antes serviam à organização paramilitar privada foram integrados à guarda nacional russa, a Rosgvardiya. No destacamento, os mercenários estariam sob o comando de Pavel Prigozhin, filho do ex-líder do Wagner Group.

Integrantes da organização paramilitar russa Wagner Group (Foto: VK/reprodução)

Também há informações de que alguns ex-integrantes do Wagner Group agora servem uma entidade semelhante, o grupo mercenário Redut. Em um boletim anterior, o Ministério da Defesa afirmou se tratar de uma organização paramilitar patrocinada diretamente pela Diretoria Principal de Inteligência da Rússia que inclusive recrutar mulheres para reforçar suas fileiras.

O Redut chegou a ser sancionado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos em fevereiro deste ano, sob o mesmo argumento de que é mantido pelo governo russo e recruta combatentes para atuarem ao lado das Forças Armadas da Rússia na guerra em curso na Ucrânia.

O terceiro destino dos mercenários que antes serviam a Evgeny Prigozhin é a Chechênia, onde estariam sob o comando de Ramzan Kadyrov.

Em declaração atribuída ao líder checheno, o relatório da inteligência britânica diz que “médicos do Wagner Group se juntaram às forças especiais Akhmat. Anteriormente, em 25 de outubro de 2023, Kadyrov havia declarado que 170 ex-combatentes do Wagner já haviam se juntado às Akhmat.”

Ao redesignar os mercenários, o Kremlin busca ter maior controle sobre os homens que antes serviam ao Wagner Group, sobretudo após o motim de junho no qual um grande destacamento liderado por Evgeny Prigozhin gerou a expectativa de que a entidade poderia derrubar o presidente Vladimir Putin tomar o poder na Rússia.

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