Governo da Áustria anuncia a expulsão de quatro diplomatas russos

Alvos são dois funcionários da Embaixada e dois da ONU, sob alegação de "atos incompatíveis com o status diplomático"

O Ministério das Relações Exteriores austríaco anunciou nesta quinta-feira (2) a expulsão de quatro diplomatas russos por conduta “incompatível” com seu status. Há suspeita de espionagem. As informações são da rede alemã Deutsche Welle (DW).

Os embaixadores “praticaram atos incompatíveis com o seu status diplomático” e “devem deixar o território da República da Áustria no prazo máximo de uma semana, ou seja, até ao final de 8 de fevereiro”, detalhou o órgão governamental no Twitter.

Dois deles atuavam dentro da embaixada russa em Viena, enquanto os outros trabalhavam para a missão permanente na ONU (Organização das Nações Unidas). Os nomes não foram revelados. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores russo prometeu retaliação ao gesto austríaco, segundo a mídia estatal.

Incidentes do gênero são considerados raros na Áustria, país que tradicionalmente é uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. A nação da Europa Central mantinha relações estreitas com Moscou antes da invasão das tropas de Vladimir Putin na Ucrânia.

Embaixada russa em Viena, na Áustria (Foto: WikiCommons)

Cerca de 400 oficiais de inteligência russos operando sob cobertura diplomática foram expulsos de países de todo o mundo nos últimos anos, de acordo com levantamento divulgado por oficiais de inteligência reproduzido pelo site Politico.

Um caso recente ocorreu na semana passada. Moscou rebaixou suas relações diplomáticas com a Estônia e expulsou o embaixador estoniano, disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores. O gesto foi uma resposta à decisão da nação báltica de reduzir o número de funcionários na Embaixada da Rússia na capital, Talín, medida que o Kremlin definiu como “russofobia” e “passo hostil”. 

Letônia, em solidariedade à Estônia, ambos membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da União Europeia (UE), também pediu aos embaixadores russos que deixassem o país.

Jornalista também fez as malas

Outra figura forçada a deixar a Áustria nesta semana foi o proeminente jornalista investigativo búlgaro Christo Grozev, chefe do Bellingcat, site de jornalismo investigativo com sede na Holanda especializado em verificação de fatos e inteligência de código aberto.

Grozev relatou à mídia austríaca que agentes de inteligência o alertaram sobre “o perigo de retornar a Viena de uma viagem aos Estados Unidos devido a supostas ameaças dos serviços de segurança”.

Não ficou claro se as expulsões diplomáticas ocorridas nesta quinta têm conexão às supostas ameaças contra Grozev, que foi adicionado à lista de procurados do Kremlin no final do ano passado, segundo informações do site independente The Moscow Times.

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