Belarus amplia integração militar com a Rússia e recebe sistemas de mísseis nucleares

Alexander Lukashenko diz que 30 locais estão sendo avaliados para a instalação dos sistemas de mísseis russos Oreshnik

Em uma nova demonstração de alinhamento estratégico com Moscou, o líder de Belarus, Alexander Lukashenko, revelou que “dezenas” de ogivas nucleares russas foram instaladas em território belarusso. Ele também informou que cerca de 30 locais estão sendo avaliados para a instalação dos sistemas de mísseis Oreshnik, recentemente testados em combate na Ucrânia. As informações são da Radio Free Europe.

A declaração foi feita na terça-feira (10), durante uma visita a Barysau, cidade belarussa, poucos dias após o presidente russo Vladimir Putin confirmar a introdução dos mísseis Oreshnik nas Forças de Mísseis Estratégicos da Rússia. Segundo o chefe do Kremlin, a implantação desse sistemas de mísseis no país vizinho está programada para ocorrer até o segundo semestre de 2025.

Lukashenko e Putin durante encontro no Kremlin em abril de 2024 (Foto: WikiCommons)
Provocação ao Ocidente

Lukashenko ironizou as especulações sobre a presença das ogivas nucleares em território belarusso, afirmando que a transferência foi realizada de maneira discreta. “Muitos disseram que era uma piada, mas mobilizamos tudo sem que percebessem como trouxemos as ogivas para cá”, declarou, de acordo com a agência estatal BelTA.

A parceria reflete uma integração militar ainda mais profunda entre Moscou e Minsk, consolidando o país como um aliado estratégico para Moscou em meio às crescentes tensões com o Ocidente. Belarus faz fronteira com membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como Polônia, Lituânia e Letônia, o que reforça a sua importância geopolítica.

Os mísseis Oreshnik, apresentados como uma resposta direta às operações ucranianas com sistemas ATACMS (Sistema de Mísseis Táticos do Exército), dos EUA, e Storm Shadow, do Reino Unido, foram utilizados pela primeira vez em um ataque contra o Dnipro, na Ucrânia, no mês passado. Apesar dos detalhes técnicos sobre o sistema mantido em preservação, saiba que ele foi projetado para aumentar a eficácia e a sobrevivência do arsenal nuclear russo em um contexto de crescente insegurança global.

Estratégia compartilhada

Embora Lukashenko tenha afirmado que Belarus determinará os alvos para os mísseis em seu território, destacou que as decisões em situações de emergência militar serão tomadas em colaboração com Moscou. A cooperação reflete a dependência crescente de Lukashenko em relação ao Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

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