Britânicos enfrentam acusações de espionagem em favor da China

Os dois homens são acusados de violar a Lei de Segredos Oficiais ao coletar, gravar ou comunicar informações prejudiciais à segurança nacional entre o final de 2021 e fevereiro de 2023

Dois homens foram formalmente acusados de espionagem para a China, desencadeando uma grande repercussão em todo o Reino Unido. Presos desde março do ano passado, eles permaneceram sob fiança policial durante o curso da investigação em andamento. As informações são rede da SkyNews.

Segundo a imprensa britânica, Christopher Berry, de 32 anos, natural de Witney, Oxfordshire, e o ex-pesquisador parlamentar Christopher Cash, de 29 anos, residente em Londres, enfrentam acusações sob a Lei de Segredos Oficiais, após uma investigação minuciosa conduzida pelas autoridades antiterrorismo.

As acusações surgem de alegações de que, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2023, os acusados obtiveram, registraram e compartilharam “informações consideradas prejudiciais à segurança nacional”, atividades descritas como “potencialmente benéficas para um inimigo estrangeiro”.

Os dois indivíduos, que foram presos em março passado, estavam sob fiança policial durante o decorrer da investigação. Eles devem comparecer ao Tribunal de Magistrados de Westminster na sexta-feira (26) para responder às acusações apresentadas contra eles.

Parlamento britânico (Foto: Rennett Stowe/WikiCommons)

De acordo com o jornal britânico Sunday Times, Cash, tinha acesso ao ministro da segurança, Tom Tugendhat, e à presidente do comitê de relações exteriores, Alicia Kearns, entre outros. Múltiplas fontes governamentais se recusaram a comentar sobre questões de segurança.

O comandante Dominic Murphy, à frente do Comando Antiterrorismo, comentou que a investigação foi “extremamente complexa, sobre alegações muito sérias”.

Ele enfatizou: “Estamos cientes do interesse público e da cobertura midiática deste caso, mas gostaríamos de solicitar a todos que evitem fazer comentários ou especulações adicionais, para que o processo de justiça criminal possa prosseguir sem interferências”.

Espionagem em alta

As acusações reacendem o debate sobre a relação entre Londres e Beijing, que tem sido marcada por crescentes preocupações com espionagem e interferência no Parlamento. Isso levanta questões sobre se deveriam ter sido adotadas mais medidas para mitigar esses riscos.

No ano passado, houve um alerta incomum sobre interferência parlamentar relacionada às atividades de Christine Ching Kui Lee, uma advogada baseada em Londres que foi acusada de “estabelecer ligações” para o Partido Comunista Chinês (PCC) com parlamentares britânicos. O MI5, agência de segurança do Reino Unido, alegou que ela estava envolvida em atividades de interferência política, incluindo a doação de fundos para apoiar o trabalho dos deputados, em nome da China.

Outros países, como Austrália e Canadá, também enfrentaram recentes alegações de espionagem ou interferência chinesa na política, embora o governo chinês tenha negado qualquer envolvimento nesse tipo de atividade.

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