China convoca embaixadora alemã após ministra se referir a Xi Jinping como ‘ditador’

Beijing classificou os comentários de Annalena Baerbock como 'extremamente absurdos' e uma violação da dignidade política do país

A China reagiu a uma declaração dada pela ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, feita em uma entrevista à Fox News na semana passada, na qual ela se referiu ao presidente Xi Jinping como “ditador”. Após o episódio, o Ministério das Relações Exteriores em Berlim confirmou que a embaixadora Patricia Flor foi convocada por Beijing para uma reunião no domingo (17). As informações são do jornal South China Morning Post.

O mal-estar diplomático surgiu durante a participação de Baerbock em um programa da emissora dos EUA na última quinta-feira (14), ocasião em que ela cumpria agenda no estado do Texas. Durante a entrevista, a ministra abordou o conflito da Rússia na Ucrânia e fez uma associação entre as ações do presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, em foto de 2020 (Foto: WikiCommons)

“Se Putin vencesse esta guerra, que mensagem isso enviaria a outros líderes autoritários no mundo, como Xi, o presidente chinês?”, disse ela, para então acrescentar: “Portanto, é crucial que a Ucrânia vença esta guerra. A liberdade e a democracia precisam prevalecer.”

As relações diplomáticas entre esses dois importantes parceiros comerciais têm estado sob tensão. Recentemente, o governo alemão divulgou seu primeiro relatório estratégico em relação à China, e o documento pede a redução da dependência da Alemanha em relação ao país asiático.

No entanto, Berlim enfatiza que não busca uma completa “dissociação” da segunda maior economia do mundo, visto que a China desempenha um papel crucial na economia alemã, que é voltada para a exportação.

O Ministério das Relações Exteriores chinês, por outro lado, classificou a nova estratégia da Alemanha em relação a Beijing como “contraproducente”.

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