Com poucos eleitos, oposição na Geórgia acusa fraude e diz que recusará mandatos

Para oposição, eleições foram "ilegítimas", apesar de validação da OSCE; segundo turno está agendado para o dia 21

Os representantes do principal partido de oposição da Geórgia, European Georgia, afirmaram que os parlamentares eleitos não assumirão os mandatos e nem participarão do segundo turno, previsto para o dia 21.

Os oposicionistas conquistaram apenas cinco das 150 cadeiras do Parlamento do pequeno país no Cáucaso no pleito de 31 de outubro. A sigla acusa o governo de fraudar as eleições com ajuda de agências estatais e grupos criminosos, registrou a imprensa estatal.

“Entrar no Parlamento será como aderir ao [partido da situação] Sonho Georgiano e isso significa legitimar eleições ilegítimas”, disse um dos líderes da oposição, Gigi Ugulava. Segundo ele, o grupo planeja protestos para o domingo (8).

O Movimento Nacional Unido, outra sigla opositora, que conquistou 34 cadeiras, também afirmou que não assumirá as posições em protesto, apontou a Radio Free Europe.

Com poucos eleitos, oposição da Geórgia acusa fraude e diz que recusará mandatos
Eleições na Geórgia para o Conselho Europeu, em imagem de outubro de 2017 (Foto: Conselho Europeu/Sandro Weltin)

Com 48,15% dos votos, os resultados oficiais conferem a terceira vitória consecutiva ao partido da presidente Salomé Zurabishvili. Nove partidos ultrapassaram o limite de 1% na votação proporcional, informou a CEC (Comissão Eleitoral Central). Dos 150 cargos, 120 são alocados.

O segundo turno será realizado em 15 distritos e devem garantir o poder da maioria parlamentar da pequena nação no sul do Cáucaso.

De acordo com observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), as eleições foram, em sua maioria, “competitivas e livres”. Fatores pré-eleitorais, no entanto, prejudicam o total apoio ao pleito.

Há registro de ambiente de mídia “visivelmente partidário” e “indefinição da linha entre o partido no poder e o Estado” nos meses que antecederam a eleição, afirmou a OSCE.

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