A Coreia do Sul disse nesta segunda-feira (18) que detectou sinais de que Pyongyang está se preparando para enviar mais armamentos e tropas à Rússia. Entre os equipamentos já fornecidos estão lançadores de foguetes de 240 milímetros e obuseiros autopropulsados de 170 milímetros. Além disso, a Coreia do Norte estaria produzindo em massa drones suicidas, conforme testes supervisionados pelo líder Kim Jong-un no mês passado. As informações são da agência Reuters.
“Os drones suicidas são uma das prioridades de Kim Jong-un”, afirmou um representante do Estado-Maior Conjunto sul-coreano. Ele também destacou que o regime norte-coreano demonstrou a intenção de entregar esses armamentos à Rússia, um recurso amplamente empregado no conflito na Ucrânia.

O apoio militar da Coreia do Norte à Rússia também inclui o envio de tropas. Seul, Washington e Kiev relatam que cerca de 12 mil soldados norte-coreanos estão em solo russo. De acordo com o Estado-Maior Conjunto, aproximadamente 1,1 mil já foram mortos ou feridos, conforme dados recentes da agência de inteligência sul-coreana.
A aproximação militar entre Pyongyang e Moscou preocupa especialistas, que veem riscos de maior instabilidade na região. “Com o apoio da Rússia, eles provavelmente tentarão realizar provocações estratégicas no próximo ano, como testes de mísseis balísticos intercontinentais ou nucleares”, alertou um oficial sul-coreano.
Além disso, o exército norte-coreano mobilizou milhares de soldados para a fronteira altamente militarizada com o Sul nas últimas semanas, erguendo barreiras e cercas de arame farpado. A mobilização, que chegou a envolver até dez mil soldados, foi reduzida a algumas centenas nos últimos dias.
Projeções para o futuro
Pyongyang estaria se preparando para lançar um míssil hipersônico de alcance intermediário até o final do ano, possivelmente como uma mensagem estratégica antes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
O regime norte-coreano também intensificou sua campanha de balões carregados com sacos de lixo direcionados ao Sul, justificando a ação como uma resposta a panfletos propagandísticos lançados por ativistas sul-coreanos.
Especialistas alertam que o fortalecimento dos laços militares entre Coreia do Norte e Rússia pode trazer impactos significativos à segurança regional. Além de modernizar suas Forças Armadas, o regime norte-coreano acumula experiência de combate, o que representa um novo desafio para Seul.