Em busca de recursos, Lukashenko planeja terceiro encontro com Putin no ano

Reunião está prevista para final de maio; enquanto Belarus busca ajuda financeira, Rússia pressiona para integrar economias

O presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, deve se encontrar com seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, no final de maio, informou o Kommersant, sem especificar a data. A reunião deve ser a terceira só em 2021.

O objetivo é buscar recursos ao país que aprofundou seu isolamento desde o início da onda de protestos após a sexta reeleição de Lukashenko, em agosto. Os EUA e a UE (União Europeia) impuseram sanções à Belarus em resposta à repressão violenta aos protestos pacíficos pela renúncia do presidente.

Em busca de recursos, Lukashenko planeja terceiro encontro com Putin no ano
Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin (esq.) e da Belarus, Alexander Lukashenko, em encontro da Comissão Europeia em Minsk, agosto de 2014 (Foto: Divulgação/European External Action Service/Viktor Drachev)

As medidas prejudicaram o movimento financeiro no país, que acabou refém da pressão de Putin para que a Belarus integre sua economia com a Rússia. A saída pavimentaria o acordo para formar um Estado sindical, assinado em 2001.

A medida pode ser o que resta a Lukashenko, apontou a RFE (Radio Free Europe). De acordo com o Kommersant, o presidente busca reduzir os preços de energia junto a Moscou antes de avançar com a integração. Putin, por sua vez, pressiona para impor a integração antes de cortar os preços à Belarus.

Economia em frangalhos

A economia belarussa, afetada pelo setor de manufatura desatualizado, depende quase que totalmente da energia russa. O Kremlin já delineou formas de aumentar os preços de energia de forma gradual, confirmou o diário de Moscou.

Na última sexta (15), um decreto presidencial assinado por Lukashenko definiu que a Belarus venderá títulos dentro da Rússia pelos próximos dois anos, a fim de arrecadar até 100 bilhões de rublos – o equivalente a R$ 7,11 bilhões.

O dinheiro deve refinanciar a dívida externa do país, que chegou a US$ 18,3 bilhões em 1º de fevereiro – em grande parte detida pela Rússia.

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