Endividados, Grécia e países ibéricos fogem de aporte da UE

Na segunda onda de surtos pela Covid-19, países do sul da Europa tentam equilibrar a economia sem aumentar dívida

Sob severos impactos econômicos deixados pela pandemia, os países europeus têm sido mais seletivos ao buscar empréstimos que auxiliem na recuperação da crise. O objetivo é evitar novas dívidas, informou a Bloomberg nesta quarta (28).

Em uma segunda onda de contágios por Covid-19, Espanha, Grécia e Portugal planejam recorrer apenas à primeira parcela do subsídio conferido pela UE (União Europeia).

Os recursos estão aquém do pacote de estímulo oferecido pelo bloco de 360 bilhões de euros, mas não precisarão ser devolvidos.

A UE já disponibilizou o desembolso de 750 bilhões de euros ao programa de recuperação ainda em 2021 e suspendeu as metas fiscais até o final de 2022. Ainda assim, o receio paira sobre os países mais afetados pela Covid-19 no continente europeu.

Europeus ponderam em empréstimos para evitar dívidas pós-pandemia
Complexo bancário em Lisboa, Portugal, em maio de 2009 (Foto: WikiCommons/Concierge)

Endividamento em alta

Com a previsão de um severo impacto econômico no longo prazo, não há certeza sobre a possibilidade de pagamento das dívidas após a pandemia.

Os volume de gastos imposto pelo período aumentou os níveis de endividamento total, que superou o equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto) dos países do sul da Europa, os mais afetados pela crise de 2009.

Depois da pandemia, as dívidas da Itália, por exemplo, podem saltar para 158% em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 – muito acima dos 60% permitidos pela UE. Em resposta, Roma já indicou que deve solicitar 128 bilhões em empréstimos ao bloco europeu.

Já os débitos da Grécia devem alcançar 197% do PIB até o final do ano. O país estuda formas de usar os fundos da UE para oferecer incentivos financeiros ao setor privado.

Com dívidas de 135% do PIB em 2021, Portugal deve minimizar o uso de recursos emprestados para evitar um imbróglio com suas dívidas. O governo avalia o uso dos empréstimos para investimentos, como a capitalização de empresas, em um plano preliminar de recuperação.

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