Estados Unidos acusam a Rússia de usar armas químicas contra as tropas da Ucrânia

Washington impõe novas sanções e acusa Moscou de usar cloropicrina, um agente químico que se inalado por ser letal

O Departamento de Estado dos EUA divulgou na quarta-feira (1º) um comunicado no qual acusa a Rússia de usar armas químicas contra as tropas da Ucrânia na guerra em curso na Europa. Moscou teria feito uso de gás lacrimogêneo e do agente químico cloropicrina, que ataca os pulmões e pode ser letal se inalado.

“A utilização de tais produtos químicos não é um incidente isolado e é provavelmente motivada pelo desejo das forças russas de desalojar as forças ucranianas de posições fortificadas e obter ganhos táticos no campo de batalha”, disse o governo norte-americano, que ainda anunciou novas sanções contra Moscou.

Soldados ucranianos em Bakhmut (Foto: WikiCommons)

Segundo Washington, um destacamento militar do Departamento de Defesa russo, identificado como Tropas de Defesa RCB, é atualmente responsável pelo programa de armas químicas das Forças Armadas e facilitou sobretudo o uso da cloropicrina na Ucrânia. Por isso, aparece na lista de 280 entidades e indivíduos sancionados pelo Tesouro dos EUA nesta semana.

Ao ampliar o alcance das sanções, o governo norte-americano afirma que pretende “impor custos adicionais à Rússia, tanto pela sua agressão externa como pela sua repressão interna.” Além das tropas de Defesa RCB, outras seis entidades sancionadas são acusadas de ligação com os programas de armas químicas e biológicas da Rússia.

“Os Estados Unidos continuarão a utilizar as ferramentas à sua disposição para interromper o apoio à base militar-industrial da Rússia e restringir a utilização do sistema financeiro internacional pela Rússia para continuar a sua guerra contra a Ucrânia”, diz o texto.

Sanções pela morte de Navalny

No mesmo comunicado, o Departamento de Estado sancionou mais três pessoas acusadas de conexão com a morte do oposicionista russo Alexei Navalny, ocorrida em fevereiro. O anúncio surge na sequência de uma reportagem do The Wall Street Journal que isentou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de responsabilidade direta no caso.

O jornal apurou junto a autoridades da inteligência norte-americana que o líder russo não ordenou diretamente a morte de Navalny, ocorrida em 16 de fevereiro. As fontes dizem que o governo dos EUA baseia sua avaliação em uma série de fatores, como informações secretas e outras de domínio público. E entende que o momento da morte foi prejudicial para Putin, que teve sua reeleição ofuscada.

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