Famílias aterrorizadas buscam abrigo no subsolo de Kiev em meio ao bombardeio da Rússia

Segundo dados divulgados pela ONU nesta sexta-feira (25), ao menos cem mil pessoas foram deslocadas pela guerra

Em meio ao bombardeio da Rússia contra a Ucrânia, que atinge inclusive a capital Kiev, famílias aterrorizadas foram forçadas a procurar abrigo no subsolo da cidade, sobretudo em estações de metrô. Muitos cidadãos, porém, conseguiram deixar o país, o que gera outro problema. De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgados nesta sexta-feira (25), ao menos cem mil pessoas foram deslocadas pela guerra.

“Houve grandes ataques em Kiev que criaram maior medo e pânico entre a população, com famílias realmente assustadas, movendo-se ao lado de seus filhos em metrôs e abrigos. Este é claramente um momento aterrorizante para crianças em todo o país”, disse Afshan Khan, diretora regional do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para Europa e Ásia Central.

Segundo Khan, os ucranianos já precisam de ajuda humanitária. “Quando olhamos para a escassez, estamos falando de combustível, que foi bem divulgado na mídia. Estamos falando de dinheiro, porque, muitas vezes, em situações humanitárias, a ajuda em dinheiro seria nosso primeiro apoio às famílias. Então, obviamente, houve uma redução nos bancos”, disse ela.

Pessoas se escondem no etrô de Kiev em meio aos bombardeios russos (Foto: reprodução/Twitter)

Ecoando essa mensagem e em um apelo pela garantia de acesso humanitário aos indivíduos mais vulneráveis, a OMS (Organização Mundial da Saúde) destacou a preocupação de que as equipes médicas estejam sobrecarregadas. “Ainda não temos relatórios dos hospitais, para analisarmos lesões específicas e detalhes médicos”, disse Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia.

“Nosso foco tem estado agora nos kits médicos pré-posicionados. Vamos ficar sem eles em breve. Então, o importante atualmente é garantir que novos suprimentos cheguem e que haja corredores humanitários dos países vizinhos disponíveis”, afirmou Habicht.

As prioridades imediatas incluem avaliar o que as comunidades já vulneráveis ​​precisam nas regiões orientais de Donetsk e Luhansk. “Ainda estamos tentando monitorar qual é a situação em relação à infraestrutura civil”, disse Khan. “Houve ataques de infraestrutura crítica no leste, particularmente em Donbass, por alguns anos, e eles foram cortados. No cenário atual, ainda estamos tentando ver qual infraestrutura civil foi atingida [e] onde.”

Enquanto o Escritório de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) alertou que o povo da Ucrânia estava “aterrorizado com uma nova escalada”, a porta-voz da agência Ravina Shamdasani também citou preocupação com a população da Rússia, vítima da dura repressão estatal.

“Alegadamente, mais de 1,8 mil pessoas foram presas. É impossível neste momento saber exatamente quantas pessoas havia”, disse Shamdasani, referindo-se aos manifestantes que protestavam contra a guerra e foram detidos por autoridades russas. “Não está claro se alguns deles já foram liberados. O que entendemos é que entre aqueles que foram presos também estavam alguns jornalistas, e eles foram presos em mais de 50 cidades em toda a Rússia.”

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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