Forças russas estão ficando sem munição na Ucrânia, diz autoridade britânica

Chefe de agência de espionagem cita custos 'impressionantes' para o Kremlin em termos de vidas e equipamentos militares

Após quase oito meses de guerra na Ucrânia, o exército de Vladimir Putin está vendo seu poder de fogo escassear, à medida que fica mais claro para o cidadão russo médio que a invasão foi um erro, declarou nesta terça-feira (11) em Londres um proeminente nome da espionagem britânica. As informações são do jornal Financial Times.

Essa é a visão de Sir Jeremy Fleming, chefe do Government Communications Headquarters (GCHQ), uma das maiores agências de inteligência do Reino Unido, que classifica a incursão militar russa ao vizinho como uma “estratégia de alto risco”, que teve custos imensos tanto com equipamentos quanto com vidas humanas.

“Sabemos, e os comandantes russos em terra sabem, que seus suprimentos e munições estão acabando”, observou Fleming durante palestra anual de segurança do Royal United Services Institute (Rusi). “As forças da Rússia estão esgotadas. O uso de prisioneiros para reforçar o front, e agora a mobilização de dezenas de milhares de recrutas inexperientes, fala de uma situação desesperadora”.

Sir Jeremy Fleming, chefe do Government Communications Headquarters (Foto: Rusi/Reprodução Twitter)

Fleming ainda citou o recente fenômeno que tem levado russos a fugir do país, temendo o recrutamento militar emergencial estabelecido por Putin e uma vida marcada por repressão estatal. 

“Eles [cidadãos] sabem que seu acesso a tecnologias modernas e influências externas serão drasticamente restringidos. E eles estão sentindo a extensão do terrível custo humano da guerra”.

A análise do chefe de espionagem vem na esteira de uma série de ataques com mísseis contra cidades ucranianas, os quais o líder do Kremlin justifica serem uma reposta pela explosão no fim de semana que derrubou parte da ponte Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, território anexado ilegalmente por Moscou em 2014.

China tem ensino à distância

Fleming ainda disse que a China está tomando aulas ao acompanhar o que está acontecendo com seu aliado incondicional em meio a represálias da comunidade internacional. Segundo ele, a maior lição que Beijing está aprendendo com a guerra na Ucrânia é a de que uma moeda digital centralizada poderia “permitir que a China evite parcialmente o tipo de sanções internacionais atualmente aplicadas ao regime de Putin.

Nessa atmosfera, segundo o chefe da GCHQ, o Partido Comunista Chinês (PCC) está usando sua força financeira e científica em uma tentativa de dominar tecnologias estrategicamente importantes – de moedas digitais à tecnologia de satélite.

Tags: