Governo da Bélgica fecha 27 escolas após ameaça de bomba em Bruxelas

Incidente ocorre pouco mais de um mês após um ataque terrorista que deixou dois cidadãos suecos mortos na capital belga

Pouco mais de um mês após sofrer um atentado terrorista que deixou duas pessoas mortas, a cidade de Bruxelas voltou a conviver com o medo nesta segunda-feira (27), quando 27 escolas foram fechadas na capital de Bélgica devido a uma ameaça de bomba. As informações são da rede TVP World.

O aviso sobre um possível explosivo foi lançado na noite de domingo (26) e levou o governo a optar pelo fechamento dos estabelecimentos de ensino, sob a alegação de “estrito cumprimento do princípio da precaução.” A agência Reuters também informou que 27 escolas foram fechadas, enquanto a agência turca Anadolu falou em 29.

De acordo com um órgão governamental de educação da Bélgica, os familiares de alunos que frequentam as escolas atingidas pela medida foram alertados “o quanto antes” sobre o fechamento. “Se a escola do seu filho não estiver nesta lista, ela não será afetada”, dizia um comunicado.

Memorial em Bruxelas recorda os atentados de 2016 (Foto: WikiCommons)

Durante o fechamento, as escolas afetadas seriam visitadas por autoridades para fiscalização, a fim de assegurar que tenham condições de receber os alunos novamente a partir de terça-feira (28).

Esta é a segunda vez em menos de um mês que o governo se vê obrigado a fechar escolas devido a uma ameaça de bomba. A anterior, no início de novembro, mostrou-se falsa, o que pode levar os autores do alerta à prisão, sendo ainda sujeitos a uma multa que varia entre 400 e 2,4 mil euros.

Europa em alerta

A ameaça surge, ainda, na esteira do atentado que matou dois cidadãos suecos no dia 16 de outubro. O autor daquele ataque foi um tunisiano que vivia ilegalmente na Bélgica e que alegou ter cometido o ato em nome do Estado Islâmico (EI), que confirmou a filiação.

O agressor, Abdesalem Lassoued, mais tarde morto pela polícia belga, disse que agiu motivado pelo sentimento de vingança devido aos episódios de queima do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, ocorridos recentemente na Suécia. Por isso os alvos dele foram cidadãos suecos, que visitavam a Bélgica por conta de uma partida de futebol.

No início de novembro foi Viena, na Áustria, que viveu situação semelhante à de Bruxelas, com diversas escolas evacuadas devido a uma ameaça de bomba. Na ocasião, supostos extremistas diziam “lutar pelo Estado Islâmico”, ameaçando “uma limpeza nas escolas de Viena” em algum momento entre os dias 7 e 11 de novembro.

França também foi palco de um atentado e de uma série de ameaças de bomba que fecharam o Palácio de Versalhes, o Museu do Louvre e diversos aeroportos. Em 13 de outubro, um jovem de 20 anos usou uma faca para assassinar uma professora em Arras, cidade do norte da França. Em vídeo gravado antes do ataque, ele fez breve referência ao conflito no Oriente Médio e disse agir em nome do EI.

Tais ocorrências evidenciam o aumento da ameaça terrorista na Europa, que estava em alerta desde agosto justamente devido aos protestos na Suécia. Os Estados Unidos e o Reino Unido chegaram a alertar seus cidadãos para o perigo terrorista particularmente no país escandinavo, que por sua vez elevou ao segundo nível mais alto seu alerta nacional.

Por conta dos atentados, o presidente Emmanuel Macron chegou a dizer que “todos os Estados europeus são vulneráveis, ​e há de fato um ressurgimento do terrorismo islâmico.”

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