As mortes de homens russos aumentaram desde que a invasão da Ucrânia teve início há mais de dois anos, segundo dados do Serviço Federal de Estatísticas da Rússia (Rosstat) divulgados na quinta-feira (27). Uma análise publicada na sexta-feira (28) pelo veículo independente russo Meduza aponta que o aumento significativo na mortalidade excessiva entre jovens está relacionado à guerra, repercutiu a Newsweek.
Para chegar a essa conclusão, os autores do estudo utilizaram a tendência histórica da taxa de mortalidade entre homens e mulheres para projetar o número esperado de mortes entre os homens em um ano sem guerra. Em seguida, eles comparam esse número projetado com o número real de mortes entre os homens durante a guerra para calcular a taxa de mortalidade excessiva.
A invasão da Ucrânia ordenada por Vladimir Putin em fevereiro de 2022 causou altas fatalidades em ambos os lados e levou mais de um milhão de russos a fugir do país para evitar a guerra. A Meduza informou que a taxa de mortalidade de homens jovens na Rússia quase dobrou em 2023 em comparação a 2022, com dados de junho indicando pelo menos 64 mil mortes de russos na guerra até agora.
Homens de 35 a 39 anos estão na faixa etária mais afetada, com quase 17 mil mortes. A mortalidade entre homens de 25 a 29 anos na Rússia quase dobrou. Estimativas de vítimas variam, e o Kremlin raramente divulga números. Em setembro de 2022, o então ministro de Defesa russo Sergei Shoigu afirmou que 5.937 soldados russos haviam morrido.
Putin afirmou em uma conferência de imprensa que as perdas russas na guerra da Ucrânia eram uma para cinco em comparação com as da Ucrânia, sem dar números específicos. Em abril, uma investigação conjunta entre a rede BBC e a Mediazona confirmou a morte de pelo menos 50 mil soldados russos na Ucrânia, usando várias fontes para verificação.
A investigação revelou que pelo menos 27,3 mil soldados russos morreram no segundo ano da guerra, mas o número real pode ser ainda maior, conforme apontado pela investigação dos veículos.
Kiev e Moscou raramente divulgam atualizações sobre suas baixas de guerra. Segundo a Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, em abril de 2023, aproximadamente um ano após o início do conflito, a Ucrânia registrou entre 124.500 e 131 mil baixas, incluindo de 15,5 mil a 17,5 mil mortes.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, declarou em fevereiro que 31.000 soldados ucranianos perderam suas vidas no conflito.