Hackers russos intensificam ciberataques contra a Ucrânia e aliados ocidentais

Embora os efeitos das operações digitais russas tenham sido amenizados por Kiev e seus parceiros, Moscou não dá sinais de que diminuirá o ritmo

Hackers associados ao Kremlin aumentaram seus ciberataques de espionagem contra a Ucrânia e seus aliados nos últimos meses, ao mesmo tempo em que implantaram novos tipos de softwares maliciosos, revelou um relatório da Microsoft e outras empresas de segurança divulgado na quarta-feira (15). As informações são da agência Reuters.

Em um post de blog no site da Microsoft, Clint Watts, gerente-geral do Centro de Análise de Ameaças Digitais, disse que a pesquisa detalha os ataques cibernéticos executados ​​durante o primeiro ano da guerra e, especialmente, dos novos desenvolvimentos observados nos últimos meses, fornecendo dicas do que o futuro dessa guerra híbrida pode trazer. Ele observa que os ataques destrutivos na Ucrânia podem ir “possivelmente além”.

“Desde o início da guerra, a Rússia implantou pelo menos dois tipos de ransomware contra mais de cem organizações governamentais e do setor privado ucraniano”, disse Watts. 

Rússia é país que mais patrocina grupos de hackers (Foto: Pixahive/Divulgação)

O relatório observa que, embora a maioria dos esforços de hackers russos pareça relacionada à espionagem, os cibercriminosos que trabalham para a inteligência militar russa “já demonstraram disposição para usar ferramentas destrutivas fora dos domínios de Kiev, se instruídos”, e que os alvos na Ucrânia e em todo o mundo devem tomar conhecimento.

“Em 2023, a Rússia intensificou seus ataques de espionagem, visando organizações em pelo menos 17 nações europeias, principalmente agências governamentais”, acrescentou Watts. 

O gerente-geral apontou para a criação de novos tipos de ransomware e o uso de mídias sociais para comercializar versões piratas e corrompidas de software para infectar organizações ucranianas. 

Os ransomwares, além de comprometerem o funcionamento de uma instituição devido à perda de arquivos importantes, serve para os hackers lucrarem com o valor do resgate. É um crime que tem aumentado bastante.

“Em junho de 2016, os criminosos na Rússia ganhavam cerca de US$ 7,5 mil por mês conduzindo operações de ransomware. Hoje, os invasores ganham milhões de dólares com um único ataque”, afirmou no ano passado relatório da empresa de segurança digital Analist1.

Embora reconheça que as parcerias de cibersegurança com aliados e empresas de tecnologia do setor privado ajudaram a atenuar grande parte dos efeitos da agressão cibernética da Rússia até agora, a Microsoft disse que Moscou não mostrou sinais de diminuição da sua mira digital na Ucrânia um ano após o início da guerra.

Também houve tentativas contínuas de usar operações de influência para minar o apoio ocidental à Ucrânia, disse a Microsoft, incluindo esforços para aumentar a tensão na Moldávia, onde no fim de semana passado a polícia local disse ter frustrado uma conspiração de grupos apoiados pela Rússia que foram especialmente treinados para causar distúrbios em massa e estremecer o atual governo. 

A presidente da ex-república soviética, alinhada à União Europeia (UE), acusou recentemente a Rússia de tentar derrubar seu sistema democrático e abrir uma nova frente na guerra de Moscou contra a Ucrânia.

O relatório da Microsoft chega no contexto de uma fracassada ofensiva militar russa para ganhar território na área ao redor de Bakhmut, na região de Donbass, onde os conflitos estão mais concentrados. Segundo o governo britânico, os conflitos por lá resultaram em “uma enorme perda de vidas humanas para um avanço territorial total de aproximadamente apenas 25 quilômetros”.

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