A infraestrutura inadequada de transporte na Rússia impede o país de capitalizar oportunidades econômicas com parceiros asiáticos como China, Japão e Coreia do Sul.
Segundo estudo do think tank britânico Chatham House, existe uma densa rede ferroviária e rodoviária no oeste russo. O problema é que a malha é escassa no extremo leste do país.
A situação é problemática para o objetivo do Kremlin de transformar o extremo oriente russo em um centro de comércio e investimento ligando a Ásia à Europa.
A rede de transporte é afetada ainda pelos sistemas portuários sobrecarregados. Também há número insuficiente de pontes capazes de aceitar aumento de carga, além das condições climáticas desafiadoras, aponta o think tank.
Esses fatores implicam também na restrição de acesso e exportação de recursos naturais em abundância no extremo leste — petróleo, gás, carvão e metais preciosos —, dos quais a economia russa depende.
Além disso, a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o subsequente desenvolvimento militar na Ucrânia prejudicaram o desenvolvimento econômico da região. O motivo seria a imposição de sanções e o enfraquecimento da relação com os Estados Unidos e a Europa.
De acordo com o Chatham House, é necessário muito mais investimento se a Rússia pretende tirar do papel o projeto para o extremo leste. Até agora, a iniciativa foi afetada por casos de desvio de fundos públicos e falta de pesquisa sobre transportes.