Juiz do Tribunal Penal Internacional é alvo de mandado de prisão pela Rússia

Sergio Gerardo Ugalde Godinez emitiu mandado contra Putin em março sob acusação de crimes de guerra

Nesta quarta-feira (8), Moscou adicionou outro juiz do Tribunal Penal Internacional (TPI), Sergio Gerardo Ugalde Godinez, à sua lista de criminosos procurados. O anúncio ocorre oito meses após Godinez emitir um mandado de prisão contra o presidente russo Vladimir Putin por crimes de guerra pela deportação e transferência ilegais de crianças de áreas ucranianas ocupadas para a Rússia. As informações são do site independente The Moscow Times.

O site do Ministério do Interior da Rússia anunciou que o juiz era procurado como “parte de uma investigação criminal”, mas não detalhou as acusações contra ele.

A sede do TPI (Tribunal Penal Internacional), na cidade holandesa de Haia, em registro de 2016 (Foto: Wikimedia Commons)

Em setembro, a Rússia anunciou que incluiu em sua lista de procurados o nome de Piotr Hofmanski, presidente do TPI. Além disso, Moscou também emitiu mandados de prisão contra o promotor do tribunal em Haia, Karim Khan, e os juízes Rosario Aytala, Tomoko Akane, Piotr Hofmanski, Luz del Carmen Ibanez Carranza e Bertram Schmitt, todos presentes no caso contra Putin e sua encarregada pelos direitos das crianças, Maria Lvova-Belova.

Godinez foi também o juiz que emitiu mandado contra Lvova-Belova. Ela é acusada de ter ligação com a deportação ilegal de cerca de 700 mil crianças ucranianas, algumas acompanhadas de parentes, outras supostamente órfãs.

A Rússia admite que realocou milhares de crianças da Ucrânia, mas insiste que o fez unicamente com o objetivo de “proteger” órfãos e crianças desamparadas na área de conflito.

“Sem validade”

A Rússia não é membro do TPI e argumenta que o mandado de prisão emitido contra o presidente Putin “não tem validade”.

No entanto, o líder russo teve suas viagens internacionais limitadas pelo mandado, pois é previsto que os países-membros do TPI cumpram as ordens da corte. Sob o risco de ser detido, Putin já deixou de ir à África do Sul para a cúpula do BRICS, em agosto, após semanas de especulação sobre a presença dele ou não no evento de Joanesburgo, e ao Brasil

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