Mais de três milhões de pessoas sonham com a volta para casa na Ucrânia

OIM aponta que 4,7 milhões de pessoas já voltaram para suas casas após o deslocamento forçado em virtude da guerra

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O número de deslocados internos na Ucrânia ultrapassa cinco milhões. Para essas pessoas, a necessidade de assistência financeira cresce a cada dia que passa. A análise é do último relatório da Organização Internacional para Migrações (OIM) sobre a situação no país arrasado pela guerra.

Desses cinco milhões de pessoas deslocadas, cerca de 3,3 milhões pretendem retornar para casa em algum momento. As principais motivações para o retorno são o desejo de retomar uma vida normal, saudades do lar e outros motivos sentimentais, seguido pela intenção de se reunir com a família, possuir um imóvel no local de origem, razões econômicas e baixa percepção de segurança no local atual.

A agência também aponta que 4,7 milhões de pessoas já voltaram após o deslocamento. Deste total, mais de um milhão retornaram do exterior. Dentre estas, 39% relataram que estavam na Polônia, 9% na Alemanha, 7% na Itália, 6% na República Tcheca e 5% na Bulgária.

Família ucraniana com 11 crianças buscou refúgio na Romênia (Foto: Ioana Moldovan/Unicef)
Economias esgotadas

A OIM informa que cerca de 80% da população deslocada, ao longo do conflito, considera a assistência financeira como uma necessidade fundamental.

De acordo com o chefe da missão da OIM na Ucrânia, Anh Nguyen, são muitas pessoas deslocadas por um ano ou mais. Com isso, “as economias se esgotaram, e as vulnerabilidades se agravaram”. 

Para ele, a falta de recursos é um fator que está “minando a resiliência dos ucranianos afetados pela guerra”. Nguyen afirma que, em todo o país, “menos da metade dos deslocados está empregada atualmente”. 

A dificuldade financeira influencia as decisões que as famílias deslocadas tomam sobre seu futuro, dentre se realocar, retornar para casa ou se integrar no novo ambiente.  

Tensão crescente

Por outro lado, a falta de oportunidades de emprego em um local de deslocamento, por exemplo, significa que uma família tem menos probabilidade de se integrar a essa comunidade.

Segundo a OIM, 65% dos deslocados internos vivem em famílias com um nível de renda mensal por membro do domicílio igual ou inferior a US$ 126 (R$ 615).

Os dados fornecem evidências a respeito da crescente tensão em comunidades, em toda a Ucrânia, especialmente em relação a diferentes níveis de elegibilidade para assistência social e humanitária.

Esses dados de deslocamento foram coletados pela OIM por meio de uma avaliação da população geral da Ucrânia no final de maio de 2023. O objetivo é direcionar da melhor forma possível a assistência às pessoas afetadas pela guerra.

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