Na Albânia, base aérea que já serviu à União Soviética vira trunfo da Otan contra Moscou

Base aérea de Kucova foi inaugurada com jatos norte-americanos e será usada pelos aliados ocidentais a partir de agora

Após uma reforma que custou cerca de 50 milhões de euros, a Albânia reabriu na segunda-feira (4) a base aérea de Kucova, que no passado serviu à União Soviética e agora será utilizada por jatos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). As informações são do site Defense News.

Integrante da aliança militar transatlântica, a Albânia sequer tem jatos próprios para colocar na pista da base. Assim, a reforma servirá para atender aos interesses da Otan, que iniciou a reforma um pouco antes de a Rússia invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022, e acelerou o passo depois da agressão

Militares dos EUA e da Albânia na base aérea de Kucova (Foto: picryl.com/Creative Commons)

“Esta base é outro elemento de segurança para a nossa região dos Bálcãs Ocidentais, que todos sabemos que está em risco devido à ameaça e às ambições neo-imperialistas da Federação Russa”, disse o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, durante a cerimônia de abertura.

A inauguração da base conclui a guinada de Kucova, sede da base aérea e conhecida como “Cidade de Stalin” nos tempos de aliança com a União Soviética. Se antes recebia jatos russos e chineses, hoje abriga aeronaves ocidentais, como os jatos norte-americanos F-16 usados pela Força Aérea da Itália, que participaram do evento.

A Albânia, por sua vez, apresentou os três drones modelos Bayraktar, produzidos na Turquia, que foram recentemente adquiridos por seu governo e marcaram presença na cerimônia.

“A reforma da base aérea de Kucova é um investimento estratégico e mostra que a Otan continua a fortalecer a sua presença nos Bálcãs Ocidentais, uma área de importância estratégica para a aliança”, disse o porta-voz interino da aliança, Dylan White.

Membro da Otan desde 2009, a Albânia também recebeu em 2022 tropas norte-americanas e pretende, para o futuro, abrir uma base naval em Porto Romano.

Defesa da Escandinávia

Enquanto isso, ao norte, a Otan deu início, também na segunda-feira, a um exercício voltado à defesa de seu território ampliado pelas adesões recentes de Suécia e Finlândia. As manobras contam com 20 mil soldados de 13 países-membros, quatro mil deles finlandeses, e é liderada pela Noruega.

“Pela primeira vez, a Finlândia participará como país-membro da Otan do exercício de defesa coletiva das regiões da aliança”, afirmaram as Forças de Defesa Finlandesas em comunicado, segundo relatou a agência Associated Press (AP).

As manobras na Escandinávia, que se estenderão até 15 de março, fazem parte do Steadfast Defender 24 (Defensor Firme 24, em tradução literal), maior exercício da Otan em décadas, que contará com até 90 mil soldados ao longo de vários meses.

Embora não tenha citado a Rússia ao justificar as manobras, é clara a preocupação da Otan com o país liderado pelo presidente Vladimir Putin. O Steadfast Defender 24 ocorre periodicamente, e a edição deste ano servirá para a aliança testar como as tropas norte-americanas poderiam atuar em defesa da Europa no caso de um eventual conflito.

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