Navio de guerra russo dispara tiros de advertência contra cargueiro no Mar Negro

Incidente é o primeiro desde que Moscou prometeu patrulhar as águas da região para bloquear cargas destinadas à Ucrânia

No domingo (13), um navio de guerra russo fez disparos de advertência contra um cargueiro no sudoeste do Mar Negro durante sua rota para o norte. O incidente marca a primeira vez que Moscou ataca navios comerciais fora da Ucrânia desde a retirada do acordo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o transporte de grãos no mês passado. As informações são da agência Reuters.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, a embarcação fez uso de armas leves automáticas ao abrir fogo de alerta. Isso ocorreu quando o capitão do cargueiro com bandeira de Palau, Sukru Okan, não respondeu ao pedido de parada para inspeção. Diante da negativa, um helicóptero Ka-29 com equipe militar russa foi lançado do navio patrulha Vasily Bykov para inspecionar a embarcação de carga.

Após comunicação por rádio, o cargueiro interrompeu sua rota e a equipe de abordagem pousou no navio de carga a granel. Embora o navio estivesse se dirigindo ao porto ucraniano de Izmail, dados de tráfego marítimo indicam que seu destino era o porto romeno de Sulina, próximo a Izmail.

Navio patrulha Vasily Bykov fez os disparos (Foto: WikiCommons)

“Depois que o grupo de inspeção concluiu seu trabalho a bordo, o Sukru Okan continuou seu caminho para o porto de Izmail”, acrescentou o órgão governamental russo.

A Rússia abandonou o Acordo do Corredor de Grãos, que permitia à Ucrânia exportar as sementes de seus portos no Mar Negro desde o ano passado, após um pacto negociado pela ONU e pela Turquia. Então, alertou que qualquer embarcação em direção à Ucrânia seria considerada como potencial transportadora de armas. A Ucrânia fez ameaças semelhantes para navios com destino a portos russos.

Além desse incidente, um oficial do Ministério da Defesa turco relatou um outro envolvendo um navio em direção à Romênia, e Ancara está conduzindo uma investigação a respeito.

Um assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky considerou o incidente como uma “clara violação das leis internacionais marítimas, caracterizando um ato de pirataria e um crime contra navios civis de um país terceiro em águas de outras nações”.

O assessor de Zelensky, Mykhailo Podolyak, também expressou no Twitter que “a Ucrânia tirará todas as conclusões necessárias e escolherá a resposta mais apropriada”.

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