O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, viajará à Hungria nesta semana, apesar do mandado de prisão expedido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), sob acusações de crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza. A informação foi confirmada neste domingo (31) pelo gabinete do líder israelense, segundo relata agência Reuters.
A visita está marcada para começar na quarta-feira (3) e terminar no domingo (7), com um encontro agendado entre Netanyahu e o premiê da Hungria, Viktor Orbán. O convite foi feito em novembro do ano passado, logo após a emissão do mandado. Na ocasião, o líder húngaro afirmou que a ordem “não seria cumprida”.

A Hungria é membro do TPI, assim como todos os países da União Europeia (UE), o que significa que, em tese, é obrigada a cumprir os mandados expedidos pela corte. No entanto, Orbán tem histórico de confrontos com o bloco em temas como democracia e direitos humanos, o que gera dúvidas sobre como o país lidará com a presença de Netanyahu.
Esta será a segunda viagem internacional de Netanyahu desde que o TPI anunciou os mandados de prisão, que também incluem o ex-ministro da Defesa israelense Yoav Gallant e o líder do Hamas, Ibrahim Al-Masri. Em fevereiro, o líder israelense esteve em Washington, onde se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump.
O governo de Israel classificou as acusações como “falsas e absurdas” e rejeita a legitimidade do TPI para julgar ações do Estado israelense em Gaza. As acusações referem-se a eventos ligados à ofensiva militar na região palestina, que deixou milhares de mortos e intensificou a crise humanitária no enclave.
Até o momento, as autoridades húngaras não se pronunciaram oficialmente sobre a visita programada para esta semana.