O governo da Nova Zelândia demitiu seu embaixador no Reino Unido, Phil Goff, após declarações públicas em que questionou o conhecimento histórico do presidente dos EUA, Donald Trump. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Winston Peters, que classificou a situação como “insustentável”. As informações são da rede Al Jazeera.
A polêmica começou durante um evento do instituto britânico Chatham House, na quarta-feira (5), quando Goff comparou a abordagem de Trump sobre a guerra na Ucrânia ao Acordo de Munique de 1938, que permitiu a anexação de parte da Tchecoslováquia pela Alemanha nazista.
“O presidente Trump restaurou o busto de Churchill no Salão Oval. Mas você acha que ele realmente entende a história?”, disse Goff, citando o discurso de Winston Churchill que criticava o primeiro-ministro Neville Chamberlain por ceder a Adolf Hitler.

As declarações provocaram reações no governo neozelandês. Em entrevista coletiva, Peters disse que a decisão de demitir Goff foi necessária, ainda que “seriamente decepcionante”. “Quando você ocupa esse cargo, representa o governo e suas políticas. Você não pode simplesmente expressar opiniões pessoais. Você é o rosto da Nova Zelândia”, afirmou.
A ex-primeira-ministra Helen Clark criticou a demissão, classificando a justificativa como “uma desculpa muito fraca”. Segundo Clark, comparações semelhantes foram feitas no mês passado durante a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
O Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia confirmou que já iniciou conversas para o retorno de Goff ao país, mas não fez mais comentários sobre o caso.