ONU pede maior proteção das crianças que fogem desacompanhadas da Ucrânia

Acnur e Unicef alertam para o alto risco de violência, abusos e explorações aos quais os menores ficam expostos no deslocamento

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Acnur (Agência da ONU para Refugiados) fizeram um alerta conjunto, nesta segunda-feira (7), para o risco aos que correm as crianças que precisam cruzar as fronteiras da Ucrânia sem a companhia dos pais ou de parentes.

O comunicado foi escrito a quatro mãos pela diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell, e pelo chefe da Acnur, Fillipo Grandi. Segundo eles, um dos maiores riscos enfrentados por crianças que viajam sozinhas nessas condições é o de tráfico humano. Os menores também ficam expostos a violência e outros abusos.

Crianças que deixaram a Ucrânia e agora estão na Polônia (Foto: John Stanmeyer/Unicef)

Mais de 500 mil crianças já fugiram para os países vizinhos para escapar da violência na Ucrânia desde o início da ofensiva da Rússia, em 24 de fevereiro. Muitas crianças desacompanhadas estão sendo colocadas em orfanatos na Polônia.

O Unicef e a Acnur pedem a todos os países que assegurem o registro imediato e identificação de cada menor desacompanhado que chegue a seus territórios.

As crianças devem ainda ser protegidas e ter o nome de seus tutores registrados após a entrada. Todos os passos que facilitarão a reunião desses menores com seus pais quando chegar a hora.

O comunicado das agências da ONU ressalta que não pode haver casos de adoção dessas crianças em nenhuma circunstância durante ou logo depois da crise de emergência. Todas as ações devem ser tomadas para que os menores possam voltar para as famílias.

Quase 100 mil crianças, a metade delas com algum tipo de deficiência, vivem em internatos e instituições de cuidados na Ucrânia. Muitas têm pais vivos ou adultos que detêm a guarda legal delas. O Unicef e a Acnur pedem que os responsáveis pelos menores garantam a evacuação, com os movimentos reportados às autoridades na Ucrânia e nos países de abrigo. O ideal nesses casos é que as crianças levem seus documentos de identidade.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

Tags: