Telecoms europeias instam ‘big techs’ a contribuir com despesas de infraestrutura

Empresas argumentam que gigantes como Facebook, Netflix e YouTube se beneficiam das telecomunicações, mas não pagam pela infraestrutura

Algumas das principais empresas de telecomunicações da Europa se uniram para pressionar as big techs a contribuírem com os custos de implantação de infraestrutura no continente. O argumento é o de que, embora gigantes como Facebook, Netflix e YouTube não estejam inseridas diretamente no setor das telecomunicações, se beneficiam dele, segundo a agência Reuters.

A convocação surge em meio ao constante aumento dos custos de telecom, que acumulam alta há seis anos e chegaram a 52,5 bilhões de euros no ano passado. São investimentos na futura rede 5G, em fibra ótica e em cabeamento de rede para serviços de nuvem e dados a serem usados pelas big techs, que não foram citadas nominalmente no documento.

Netflix: empresa se beneficia da infraestrutura de telecom, mas não paga por ela (Foto: Mollie Sivaram/Unsplash)

“Uma grande e crescente parte do tráfego de rede é gerada e monetizada por grandes plataformas de tecnologia, mas requer um investimento de rede intenso e contínuo e planejamento por parte do setor de telecomunicações”, disseram os CEOs das empresas em um comunicado conjunto.

“Este modelo, que permite aos cidadãos da UE (União Europeia) desfrutar dos frutos da transformação digital, só pode ser sustentável se essas grandes plataformas tecnológicas também contribuírem de forma justa para os custos da rede”, afirma o texto.

Na carta, as empresas também criticam os leilões de alto espectro, usados pelos governos da UE para aumentar a arrecadação. E contestam a proposta do bloco de vetar cobranças adicionais por partes das operadoras em ligações telefônicas continentais feitas pelos usuários.

“Estimamos que eles removeriam à força mais de 2 bilhões de euros de receitas do setor em um período de 4 anos, o que equivale a 2,5% da capacidade de investimento anual do setor em infraestrutura móvel“, disseram as empresas.

A carta foi assinada pelos gestores de 13 empresas: Deutsche Telekom, Vodafone, Telefonica, Orange, KPN, BT Group, Telekom Austria, Vivacom, Proximus, Telenor, Altice Portugal, Telia Company e Swisscom.

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