Países europeus registram mais de meio milhão de pedidos de asilo em 2023

Solicitações na União Europeia, na Noruega e na Suíça, aumentaram em 28%, sendo a Alemanha o país que mais recebeu pedidos

Até o final de junho deste ano, os países europeus receberam um total de 519 mil pedidos de asilo, marcando um aumento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Se a tendência persistir, é possível que o relatório anual de 2023 ultrapasse a marca de um milhão de solicitações.

Os dados foram apresentados em uma análise divulgada pela Agência da União Europeia para o Asilo (EUAA), que aponta para um contínuo aumento nos pedidos de asilo na UE+, que inclui da União Europeia mais Noruega e Suíça. Durante o primeiro semestre de 2023, os pedidos de asilo subiram para 519 mil, representando um acréscimo de 28% na comparação com o mesmo período de 2022. No ano passado, o aumento de pedidos em relação a 2021 já havia sido grande, de 58%.

De acordo com os dados da EUAA, o número de casos pendentes aumentou em 34% na comparação com o ano anterior. Além disso, aproximadamente quatro milhões de ucranianos que fugiram da ocupação russa estão atualmente sob proteção temporária na UE.

Centro de boas-vindas para refugiados em Hamburgo, na Alemanha (Foto: Rasande Tyskar/Flickr)

Essas tendências simultâneas representam desafios significativos para as autoridades responsáveis pelos sistemas de asilo e acolhimento da UE+. Em junho de 2023, a EUAA estava fornecendo assistência operacional a 13 Estados-Membros, como declarado pela própria agência.

Sírios, afegãos, venezuelanos, turcos e colombianos estão entre os principais requerentes de asilo, representando 44% das solicitações.

A Alemanha lidera em número de pedidos, representando 30% do total, aproximadamente o dobro da Espanha, que tem 17%, e da França, com 16%.

No primeiro semestre de 2023, houve um aumento nos pedidos de asilo por parte de cidadãos da Costa do Marfim, totalizando 9,3 mil pedidos, e um aumento de 60% nas solicitações de residentes guineenses, que chegaram a 8,7 mil pedidos. Essas duas nacionalidades juntas representaram apenas 3,5% do total de pedidos. Embora a França tenha sido o principal destino desses requerentes, uma parte significativa ocorreu na Itália.

Com base nesses dados, as taxas de reconhecimento da cidadania marfinense e guineense têm aumentado constantemente desde 2017, chegando a 28% para os cidadãos da Costa do Marfim e 32% para os da Guiné no primeiro semestre de 2023.

Por que isso importa?

As solicitações de asilo geralmente ocorrem devido a conflitos armados, perseguições políticas, crises humanitárias, violações dos direitos humanos e instabilidade em seus países de origem.

A Europa tem sido um destino importante para os requerentes de asilo devido à sua estabilidade econômica, sistemas de bem-estar social e tradição de proteção aos direitos humanos. No entanto, o fenômeno no continente também levanta desafios significativos para os países receptores e as autoridades de imigração devido ao aumento na demanda por serviços.

Cada país tem seu próprio sistema de asilo e proteção, sujeito a regulamentos e leis nacionais e da União Europeia. Isso pode levar a variações na forma como as solicitações de asilo são tratadas em diferentes países.

Entre os problemas enfrentados por quem busca um recomeço estão casos de xenofobia, manifestada em forma de hostilidade, preconceito ou discriminação direcionada aos requerentes de asilo com base em sua origem étnica, nacionalidade ou religião.

A xenofobia pode complicar a integração dos refugiados e afetar as políticas de asilo e imigração e é um desafio que muitos países europeus enfrentam ao lidar com o fenômeno dos asilos.

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