O controverso plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adquirir a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, está gerando intensas discussões entre líderes europeus. Segundo informações do site Politico, as movimentações norte-americanas têm despertado preocupações sobre o respeito à soberania territorial e à ordem internacional.
Nos últimos dias, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, intensificou esforços diplomáticos para consolidar apoio europeu. Após reuniões com o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz e o secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, Frederiksen destacou a necessidade de uma posição conjunta. “É absolutamente crucial que a Europa permaneça unida sobre a Groenlândia”, afirmou.
Frederiksen também reforçou sua posição contra qualquer tentativa de interferência nos territórios dinamarqueses. “Deve haver respeito pelo território e pela soberania dos Estados. Este é um pilar essencial da ordem mundial construída desde a Segunda Guerra Mundial”, disse.

Olaf Scholz ecoou a postura da líder dinamarquesa, afirmando que a inviolabilidade das fronteiras é um princípio fundamental do direito internacional. “Fronteiras não devem ser alteradas pela força. Esse princípio deve ser respeitado por todos”, declarou Scholz, em uma referência implícita ao plano de Trump.
A Groenlândia, rica em minerais e estrategicamente localizada no Ártico, tem atraído interesse dos EUA devido à sua relevância econômica e geopolítica. Trump alegou que a aquisição do território é uma questão de segurança nacional para os Estados Unidos. Entretanto, a ideia foi recebida com incredulidade inicial por líderes europeus e evoluiu para uma postura de firme rejeição.
Além dos encontros presenciais, Frederiksen conversou por telefone com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para alinhar estratégias. Starmer também deve participar de uma reunião informal de líderes da União Europeia (UE) no início de fevereiro, onde o tema será discutido.
Diplomatas europeus admitiram que a abordagem inicial de “esperar para ver” está se mostrando insuficiente diante da escalada da situação. “A situação é realmente séria, e todos acreditam que a reação europeia até agora não foi muito convincente”, revelou um diplomata europeu.
Líderes da UE e da Groenlândia têm coordenado suas respostas desde o início da controvérsia. “Estamos totalmente e completamente apoiando o que a Dinamarca e a Groenlândia decidirem”, afirmou um alto funcionário da UE, sinalizando solidariedade com o governo dinamarquês.