Polícia da Alemanha prende empresário por vender equipamentos ao serviço secreto da Rússia

Suspeito teria vendido máquinas para empresas de armamentos ligados à inteligência russa sem autorização em 2019

Um empresário da cidade de Leipzig, no leste da Alemanha, foi preso nesta terça (18) por violar a Lei de Comércio Exterior. Em nota, a procuradoria federal alemã anunciou que o homem vendeu equipamentos para empresas de armamentos ligadas aos serviços de espionagem da Rússia.

Em busca realizada na casa do empresário, a polícia encontrou provas da exportação de duas máquinas industriais para a Rússia em junho e julho de 2019.

O suspeito é gerente de escritórios em Berlim e Leipzig e teria declarado um falso destinatário ao despachar as peças para a Rússia sem as licenças se exportação. Para ser legal, a transação deve contar com documentos que autorizem o uso do equipamento para fins militares, disse a Deutsche Welle.

Polícia da Alemanha prende empresário por vender equipamentos ao serviço secreto da Rússia
Ministério Público do Tribunal de Justiça Federal da Alemanha (Foto: Reprodução/Bundesanwaltschaft)

A empresa do suspeito serviu como intermediária nas negociações ao comprar e revender máquinas-ferramenta de alta qualidade a uma companhia de armamentos ligada ao serviço de defesa russo, disse um promotor.

O suspeito enfrenta acusações sobre falta de licenças, violação de proibições de exportações e ação em nome de agência de inteligência estrangeira, adiantou o portal Defense News.

A promotoria também acusa o empresário por violar regulamentos comerciais da Alemanha e fazer negócios com outras agências estrangeiras envolvidas no programa de mísseis da Rússia. Os promotores não detalharam o caso.

Tensão

A polícia da Alemanha apertou o cerco contra essas transações desde 2014, quando a Rússia anexou a região da Crimeia, na Ucrânia. Desde então, a UE (União Europeia) proibiu a venda de bens de dupla utilização – que poderiam também ter uso militar – a empresas da Rússia.

Em 2020, Berlim se envolveu em uma crise diplomática com Moscou após o o envenenamento do opositor ao Kremlin Alexei Navalny em agosto de 2020.

A chanceler Angela Merkel afirmou que reconsideraria o projeto do megagasoduto Nord Stream 2 caso a Rússia não investigasse o caso, pelo qual aliados de Navalny acusam Vladimir Putin.

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