O russo Alexei Navalny sofreu outra tentativa de assassinato antes de ser levado a Berlim, em setembro. A informação está em relatório de serviços de inteligência não especificados aos quais o britânico “The Times” teve acesso.
Conforme os documentos, agentes russos teriam dado uma segunda dose de veneno ao principal opositor do Kremlin antes de ser enviado para recuperação na Alemanha. Navalny estava em um hospital de Omsk, na Sibéria.
“O objetivo era que Navalny estivesse morto quando chegasse a Berlim”, disse uma fonte ao jornal.
O avião em que o político estava precisou aterrissar com urgência após Navalny ter um mal súbito no dia 20 de agosto. Evidências apontam a envenamento por novichok – prática comum contra dissidentes russos.

Especialistas apontam que o antídoto atropina foi essencial para impedir a morte pelo veneno. O alcaloide inibe os efeitos do agente nervoso capaz de gerar a falência múltipla de órgãos.
Segundo a investigação, agentes russos podem ter influenciado o médico que tratou Navalny em Omsk. Apesar de ter apontado para envenenamento no início do tratamento, o profissional mudou de opinião dias depois e afirmou que o político passava por um “distúrbio metabólico”.
A questão já interfere nas relações diplomáticas entre Rússia e Alemanha. O Kremlin acusa Berlim de desencadear uma “campanha de desinformação” contra o país. Moscou nega qualquer envenenamento no caso.