Putin corta aquecimento nas prisões em meio a frio de -55°C para forçar alistamento

Presidente russo tomou medidas que violam os direitos humanos para engrossar suas fileiras no front ucraniano

O presidente Vladimir Putin mandou desligar o aquecimento nas prisões pra obrigar os detentos a se alistarem pra lutar na Ucrânia, segundo relato de uma ONG de direitos humanos reproduzido pelo jornal Metro. Essa é a jogada do chefe do Kremlin para encher seu Exército com criminosos no momento em que as temperaturas em algumas partes da Rússia caíram para -55°C em meio ao rigoroso inverno do leste europeu.

Olga Romanova, que lidera a ONG Russia Behind Bars (“Rússia por Trás das Grades”, em tradução literal), explicou que a tática é forçar os detentos a se envolverem na guerra diante das condições insuportáveis nas prisões. “Desligaram o aquecimento mesmo com temperaturas congelantes”, revelou ao jornal alemão BILD.

Mais de cem mil presidiários já foram enviados para a Ucrânia, segundo as últimas estimativas. Um deles é Denis Aleksandrovich Zubov, condenado em 2017 a 21 anos de prisão por assassinar três pessoas em nove meses. Ele se juntou ao Wagner Group na batalha pela cidade de Bakhmut, no leste ucraniano.

A organização paramilitar privada que atuou a serviço da Rússia na guerra coordenou ações para recrutar a população carcerária, alternativa criada para driblar a falta de combatentes gerada sobretudo pelo elevado número de baixas na guerra. Os condenados recebiam a promessa de perdão por seus crimes em troca de seis meses de serviço paramilitar, o que ajudou a organização a obter mão de obra abundante. 

Presídio Central na cidade de Vladimir, Rússia (Foto: WikiCommons)

Mas não são só os presos que foram largados sem aquecimento nesse gélido inverno na Rússia. Na região de Moscou, onde os termômetros despencaram até -20°C na última semana, assim como em áreas como o extremo oriente de Primorye, São Petersburgo, Penza e nas regiões do sul de Voronezh e Volgogrado, muitos russos ficaam sem aquecimento.

Em alguns lugares, as autoridades abriram espaços temporários com aquecimento e decretaram estado de emergência. Há mais de uma semana, os moradores reclamam que estão “congelando até a morte” em suas casas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas acendendo fogueiras em tonéis ao ar livre para se manterem aquecidas.

No dia 5 de janeiro, em um protesto em Moscou, moradores expressaram indignação porque a temperatura dentro de seus apartamentos havia caído para -10°C. Os cartazes do protesto traziam a mensagem: “SOS! Estamos congelando. Responsabilizem os culpados”, conforme repercutiu o Mirror.

De acordo com o jornal The Moscow Times, a falta de aquecimento em meio ao frio fez vítimas fatais na Rússia. O problema estaria ligado a ao frio mais intenso que o habitual para esta época do ano e sobretudo a cortes de energia repentinos em diversas cidades, causados por razões diversas.

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