Rússia intensifica restrições a cidadãos recrutados e anuncia proibição de saída do país

Medidas incluem veto a viagens internacionais e limitações em transações financeiras para pessoas em idade de alistamento

As autoridades da Rússia iniciaram o envio de notificações a indivíduos em idade de serviço militar, informando sobre a proibição de saída do país. Essas comunicações estão sendo realizadas por meio de mensagens de texto e notificações no portal de serviços municipais de Moscou, conforme relatado pelo portal Important Stories.

Além da restrição de viagens, as notificações mencionam “outras limitações”, que possivelmente abrangem impedimentos na gestão de propriedades, obtenção de passaportes internacionais, solicitação de empréstimos e registro de veículos ou empresas individuais. Essas medidas estão alinhadas com as recentes emendas às leis que estabelecem a obrigatoriedade do serviço militar, aprovadas neste ano.

Soldado russo recebe abraço de uma mulher não identificada (Foto: facebook/mod.mil.rus)

O comissário militar de Moscou, Maksim Loktev, já havia alertado que, a partir de novembro, seriam implementadas proibições de saída e outras restrições para os convocados. “Essas medidas são necessárias para garantir o cumprimento das obrigações militares”, justificou.

Paralelamente, o jornal The Moscow Times informou através do Telegram sobre a retomada de operações de busca por convocados na capital russa. Policiais têm detido jovens em suas residências, nas ruas e no metrô, encaminhando-os posteriormente a delegacias ou aos centros de recrutamento.

Recrutamento modernizado

Em setembro, foi lançado o site do registro unificado de cidadãos sujeitos a obrigações militares na Rússia. A partir de novembro, esse portal passou a disponibilizar convocações eletrônicas para o serviço militar. Uma convocação eletrônica é considerada entregue sete dias após sua publicação no registro, eliminando a necessidade de assinatura pessoal do convocado, como anteriormente exigido.

Essas iniciativas refletem os esforços contínuos do governo russo para reforçar o controle sobre o serviço militar obrigatório e assegurar a presença dos convocados, conforme as Forças Armadas do país sofrem com o excesso de baixas na guerra da Ucrânia.

Moscou não divulga estatísticas sobre mortes na guerra, mas o Ministério da Defesa ucraniano afirma que as tropas russas sofreram até agora 714.380 baixas, entre mortos e feridos. Tais números, entretanto, carecem de confirmação independente.

O levantamento mais confiável disponível é feito em parceria pela rede BBC e o site investigativo Mediazona. Os investigadores consideram apenas casos em que é possível identificar os combatentes pelo nome, e até 7 de novembro registraram 77.143 russos mortos.

Tags: