Rússia veta a entrada de autoridades moldavas em retaliação ao bloqueio da mídia russa

Ministério das Relações Exteriores russo convocou o embaixador moldavo para protestar contra a "perseguição política à mídia russa"

Em resposta ao bloqueio da mídia russa pela Moldávia, Moscou impediu a entrada de altos funcionários moldavos no país. Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo, o embaixador Lilian Darii foi notificado da recusa de entrada de vários representantes da ex-república soviética na segunda-feira (20). As informações são da rede Radio Free Europe.

Darii foi convocado à chancelaria, onde recebeu um protesto enérgico contra a “perseguição politicamente motivada aos meios de comunicação de língua russa na Moldávia” e o bloqueio de acesso a seus sites.

O protesto surge em resposta à ordem emitida pelo Serviço de Segurança e Inteligência da Moldávia no dia 30 de outubro, que repercutiu no bloqueio ao acesso a importantes meios de comunicação russos, incluindo os veículos Tass, Interfax, Izvestia, Komsomolskaya Pravda e Sputnik Radio, além de alguns sites locais. Chisinau justificou a medida como resposta a uma “guerra de informação” imposta à Moldávia pelo Kremlin.

Embaixada da Moldávia em Moscou (Foto: WikiCommons)

No mesmo mês, o governo moldavo havia anunciado uma medida semelhante, restringindo o acesso a sites de meios de comunicação e canais de televisão russos, como RT e Smotrim. Moscou classificou essa ação como “a violação mais flagrante da liberdade de expressão e dos direitos”.

Com uma população de cerca de 2,6 milhões, a Moldávia, vizinha da Ucrânia – e que já recebeu mais de 750 mil refugiados ucranianos, a metade crianças – anteriormente era parte da zona de influência da Rússia, mas, desde a eleição de Maia Sandu, é governada por autoridades declaradamente simpáticas à União Europeia (UE) e condena a “operação militar especial” de Vladimir Putin.

Em julho, autoridades moldavas determinaram a saída do país de 45 diplomatas russos e funcionários da embaixada. A medida foi tomada devido a uma série de ações hostis direcionadas ao país, bem como tentativas de desestabilização interna, justificou o Ministério das Relações Exteriores.

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