Tropas russas sofreram perdas significativas na Ucrânia, de acordo com Kiev

Moscou perdeu mais de 350 mil soldados em 22 meses de conflito, com mais de mil baixas somente no intervalo de 24 horas

Dados fornecidos pelo governo da Ucrânia na quinta-feira (21) sugerem que a Rússia perdeu mais de 350 mil soldados no campo de batalhas desde o início do conflito, no dia 24 de fevereiro de 2022. As informações são da revista Newsweek, que não verificou os números de forma independente.

A atualização diária divulgada pelo Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia inclui números sobre as perdas de tropas e equipamentos russos. Somente entre os dias 20 e 21 de dezembro, Moscou teria registrado 1.080 baixas, elevando o total desde o início do conflito para 350.270, entre mortos e feridos.

O aumento significativo das perdas de tropas russas ocorre no contexto da intensificação da batalha pela tomada da cidade de Avdiivka, na região parcialmente ocupada de Donetsk. Desde o dia 10 de outubro, Moscou implantou milhares de soldados, tanques e veículos blindados na região.

Um soldado ucraniano caminha sobre um veículo de combate russo destruído em Bucha, Ucrânia (Foto: manhhai/Flickr)

As estimativas sobre o número de vítimas, porém, costumam variar, e aquelas feitas pela Ucrânia geralmente são mais altas que as de balanços divulgados por seus aliados ocidentais. A Rússia, por sua vez, raramente divulga informações sobre suas baixas na guerra e há mais de um ano não emite nenhum boletim a respeito.

Em setembro de 2022, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, declarou que 5.937 soldados russos haviam sido mortos até ali. Estados estrangeiros e entidades independentes consideram tal avaliação excessivamente otimista, parte da política do Kremlin de minimizar os impactos do conflito.

Guerra tem se intensificado

O coronel Oleksandr Shtupun, porta-voz do comando militar ucraniano de Tavria, falando em rede nacional, destacou o aumento da atividade inimiga nos últimos meses e admitiu que Moscou tem obtido algum sucesso. Porém, a um preço alto, na avaliação dele.

“Se considerarmos a partir de 10 de outubro, quando o inimigo intensificou suas ações, observamos avanços em alguns pontos, variando de um quilômetro e meio a dois quilômetros”, destacou Shtupun. “Contudo, esses avanços não ocorreram sem custos significativos para eles. Em pouco mais de dois meses, o inimigo sofreu quase 25 mil baixas entre mortos e feridos, perdeu cerca de 200 tanques e mais de 400 veículos blindados em Tavria, em Oblast de Donetsk”.

Kiev, assim como Moscou, mantém sigilo sobre as vítimas da guerra. De acordo com uma avaliação da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA divulgada em abril, a Ucrânia havia sofrido entre 124,5 mil e 131 mil baixas até ali, incluindo 15,5 mil a 17,5 mil mortes.

Embora não comente suas próprias perdas, Shoigu declarou na última terça-feira (19) que a Ucrânia perdeu mais de 383 mil soldados desde o início do conflito, considerando-se também mortos e feridos. Os números igualmente carecem de verificação independente.

Estimativas de terceiros

Em novembro, o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, afirmou que cerca de 302 mil soldados russos haviam sido mortos ou feridos desde o início da invasão na Ucrânia até então.

Já uma investigação conjunta da BBC russa e do meio independente russo Mediazona identificou até agora os nomes de 39.424 militares russos mortos. Entretanto, as perdas reais são certamente superiores, pois há combatentes que não tiveram suas identidades checadas e outros cujas mortes os investigadores não foram capazes de confirmar.

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