Ucrânia avança rumo à UE após recomendação de adesão da Comissão Europeia

Segundo Ursula von der Leyen, presidente do órgão, Kiev implementou 90% das reformas necessárias para a inclusão

Na quarta-feira (8), o desejo antigo da Ucrânia de se tornar um membro da União Europeia (UE) ganhou força. Isso porque, de Bruxelas, o braço executivo do bloco econômico deu a tão esperada carta verde a Kiev ao anunciar que as conversações para a adesão devem ser iniciadas em 2024. As informações são da rede France24.

Quase um ano e meio após o bloco reconhecer a candidatura da Ucrânia, a Comissão Europeia (CE) declarou que as negociações para a formalização da inclusão deveriam começar assim que o país tomasse “determinadas medidas fundamentais”. Segundo Ursula von der Leyen, presidente do órgão, o país implementou 90% das reformas necessárias.

Ursula também recomendou que o processo deveria ser iniciado sob as mesmas condições com a Moldávia, que faz fronteira com o território ucraniano.

“A conclusão da nossa União também tem uma forte lógica econômica e geopolítica”, disse Ursula. “As ampliações anteriores mostraram os enormes benefícios tanto para os países em vias de adesão quanto para a UE. Todos nós ganhamos.”

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Foto: divulgação/Facebook)

Ela também declarou que a Geórgia e Bósnia e Herzegovina deveriam ser agraciadas com o status de candidatas à adesão assim que atendessem a certos requisitos.

Os líderes dos países da UE planejam votar as recomendações da Comissão em uma reunião de cúpula que está agendada para dezembro, em Bruxelas.

Dez anos de espera

Desde 2019, a meta de Kiev de se juntar à União Europeia e à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está oficialmente inscrita na sua constituição.

Mas a aspiração ucraniana de se tornar membro da UE já tem mais de uma década. Em 2013, o então presidente, o pró-Kremlin Viktor Yanukovych, se recusou a assinar um acordo que estreitaria as relações do país com o bloco. A decisão levou a protestos em massa que culminaram com a fuga de Yanukovych para Moscou em fevereiro de 2014. Após a fuga do líder, grupos pró-Moscou aproveitaram o vazio no governo nacional para assumir o comando da Crimeia e declarar sua independência. 

Apenas cinco dias após o ataque da Rússia ao seu território em fevereiro de 2022, a Ucrânia submeteu sua candidatura para se juntar à UE. Em junho do mesmo ano, o país recebeu o reconhecimento oficial como candidato para integrar o bloco.

A decisão de iniciar negociações com a Ucrânia representa um avanço significativo na jornada de Volodymyr Zelensky para a integração à UE. No entanto, segundo a rede CNN, o início dessas discussões está condicionado ao cumprimento de uma série de requisitos. Dada a atual situação de conflito na Ucrânia, é incerto e pouco provável que esses requisitos sejam atendidos em breve.

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