Ucranianos acusam a Rússia de usar drones intencionalmente contra civis

Em Kherson, pedestres, carros, ônibus e ambulâncias estão entre os alvos dos veículos aéreos não tripulados russos

Autoridades ucranianas em Kherson, a principal cidade do país na linha de frente da guerra, acusam a Rússia de realizar ataques intencionais contra civis usando drones. A alegação é de que ao menos 14 pessoas foram mortas e 225 ficaram feridas, inclusive crianças, desde o início do mês de setembro. As informações são da rede CNN.

“Eles não se importam em quem atiram. Avós e avôs, não importa. Homem, mulher, não importa”, disse Tetyana Yakovleva, operária ucraniana e voluntária humanitária na região que se feriu em um desses ataques. “O drone pairou sobre nós, pairou por um longo tempo. E então ele jogou uma granada perto da porta. Ficamos todos em choque.”

Restos de drone kamikaze russo derrubado em Luhansk, Ucrânia (Foto: WikiCommons)

Questionadas sobre possíveis motivos para os ataques russos na região, autoridades militares disseram não ter uma resposta.  “É só para aterrorizar os moradores locais”, disse uma das fontes, que pediu para ter a identidade preservada.

O governo ucraniano estima que mais de 2,7 mil drones foram enviados a Kherson em setembro, com outros 1,5 mil lançados nos primeiros 17 dias de outubro.

Kateryna Stepanenko, analista de Rússia no think tank Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), diz que os drones operam geralmente muito abaixo dos sistemas de defesa ucranianos, o que dificulta sua interceptação. São geralmente unidades pequenas e simplificadas muito fáceis de implantar.

Em junho deste ano, o governo da Ucrânia disse ter registrado até ali mais de 12 mil mortes de civis, sendo 551 crianças. Esses números carecem de verificação independente, mas são semelhantes aos apontados em levantamentos de governos estrangeiros, entidades humanitárias e organismos intergovernamentais.

A ONU (organização das Nações Unidas), por exemplo, havia reportado 10.582 civis mortos até fevereiro deste ano, quando a guerra completou dois anos. Números semelhantes aos divulgados pela ONG Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês) naquele mesmo mês, 10,2 mil.

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