Vítimas de minas terrestres aumentaram com a guerra na Ucrânia

Relatório registrou quase 5 mil pessoas feridas ou mortas por minas e resíduos explosivos de guerra em 2022. Metade das vitimas são crianças

Mais de duas décadas após a implementação do Tratado de Proibição de Minas, assinado em 1997 com o objetivo de mitigar o impacto humanitário causado pelas minas terrestres antipessoal, esses dispositivos ainda são utilizados como armas de guerra, mostra reportagem do The Defense Post.

O aumento do uso desse tipo de armamento, especialmente pelas forças russas na Ucrânia, resultou em um aumento global de vítimas no ano passado em mais de 50%, conforme relatório anual do Monitor de Minas Terrestres divulgado nesta terça-feira (14).

Em 2022, 4.710 pessoas foram feridas ou perderam a vida devido a minas terrestres e resíduos explosivos de guerra em 49 países e duas outras regiões. A estatística mais dramática é que 85% dessas vítimas eram civis, sendo que metade delas eram crianças.

“Pare as minas terrestres!”, diz placa vista no cemitério da vila de Zolote, em Luhansk, Ucrânia (Foto: UNDP Ukraine/Flickr)

O pior cenário é na Ucrânia. Desde o início da invasão em larga escala da Rússia, em fevereiro do ano passado, o número de civis feridos ou mortos por minas terrestres e resíduos explosivos de guerra aumentou mais de 10 vezes em 2022, totalizando 608, em comparação com 58 em 2021. O relatório também destaca que o Iêmen e Mianmar registraram mais de 500 vítimas em 2022.

Minas terrestres não só causam fatalidades, mas também prejudicam o acesso a terras e destroem meios de subsistência em mais de 60 países e territórios. O Afeganistão lidera a lista das nações mais afetadas.

O relatório destaca que três países europeus estão entre os 10 mais impactados, inclusive a Croácia, embora tenha realizado uma das maiores operações de desminagem do ano.

Loren Persi, co-autor do relatório, salientou um significativo aumento nas vítimas diretamente ligadas a minas terrestres, dispositivos explosivos estrategicamente colocados que persistem em causar danos muito após os conflitos.

Segundo ele, em 2022, o número de vítimas especificamente associadas a minas terrestres antipessoais registrou um crescimento superior a 50%, atingindo 628, em comparação com as 414 vítimas em 2021, conforme relatou à agência AFP.

Países com mais mortes por minas em 2022

1- Síria – 834 vítimas
2- Ucrânia – 608 vítimas
3- Iêmen – 500 vítimas
4- Mianmar – 500 vítima

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