Ano de 2023 teve recorde de mortes em rotas migratórias em todo o mundo

Mais da metade do total de mortes de migrantes resultou de afogamentos, sendo a travessia do Mar Mediterrâneo a mais perigosa

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Organização Internacional para Migrações (OIM) anunciou que 8.565 pessoas morreram em rotas migratórias globais em 2023, considerado o ano mais mortal já registado pela agência.

O Projeto Migrantes Desaparecidos destaca que o valor corresponde a um aumento de 20% na comparação com 2022. De acordo com a OIM, a quantidade ressalta a necessidade urgente de medidas para evitar que mais vidas sejam perdidas.

Rotas irregulares em condições inseguras

A atualização publicada na quarta-feira (6) revela que a persistente limitação das vias de migração seguras e regulares faz com que centenas de milhares de pessoas tentem migrar todos os anos através de rotas irregulares em condições inseguras. 

A travessia do Mar Mediterrâneo continua sendo a rota migratória mais mortal, com pelo menos 3.129 casos fatais e desaparecimentos registados no ano passado.

Imigrantes aguardam socorro de embarcação no Mediterrâneo em 2019 (Foto: Frontex/Francesco Malavolta)

A vice-diretora-geral da OIM, Ugochi Daniels, disse que a marca de uma década do Projeto Migrantes Desaparecidos lembra as vidas perdidas em uma “terrível tragédia humana que se repercutirá em famílias e comunidades nos próximos anos.”

Para ela, os novos dados indicam que é preciso renovar o compromisso com ações para garantir uma migração segura para todos, “para que daqui a dez anos as pessoas não tenham que arriscar as suas vidas em busca de uma situação melhor.”

Afogamentos, acidentes de viação e violência

A atualização da OIM sublinha que pouco mais da metade do total de mortes de migrantes em 2023 resultou de afogamentos, sendo 9% causados por acidentes de viação e 7% por violência.

Desde a criação do Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM, em 2014,  foram documentadas mais de 63 mil mortes em todo o mundo. 

A OIM estima que o número real seja muito mais alto e aponta desafios na coleta de dados, especialmente em locais remotos.

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