Conselho da Europa pede que Rússia e Belarus fiquem de fora dos Jogos Olímpicos

Órgão solicitou ao COI e suas federações esportivas que mantenham a proibição da participação de atletas russos e belarrussos nas próximas Olimpíadas e em todos os outros grandes eventos esportivos, conforme expresso em 2022

Na quinta-feira (22), o principal órgão de defesa dos direitos humanos da Europa fez um apelo claro e direto: enquanto a Rússia continuar envolvida em uma guerra de agressão na Ucrânia, eles exigem uma proibição total de atletas russos e belarussos nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024. As informações são da revista Barron’s.

O Conselho da Europa instou o Comitê Olímpico Internacional (COI) e suas federações esportivas a manterem a posição que expressaram em 2022, proibindo a participação desses atletas não apenas nas próximas Olimpíadas, mas também em todos os outros grandes eventos esportivos.

Desde que Moscou invadiu o território ucraniano em fevereiro do ano passado, os atletas da Rússia e da Belarus têm enfrentado sanções em várias modalidades esportivas.

Membros da equipe olímpica russa para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Foto: WikiCommons)

A posição do COI em relação à participação da Rússia e de Belarus em eventos esportivos provocou uma ameaça de boicote por parte da Ucrânia.

De acordo com Kiev, “os argumentos a favor da participação desses países [Rússia e Belarus] não são suficientemente convincentes diante da necessidade de condenar e repudiar as atrocidades cometidas, bem como de demonstrar um apoio total e inabalável da comunidade internacional à Ucrânia enquanto o ataque continua.”

A declaração também destacou que “atletas de elite russos e belarussos recebem salários estatais e frequentemente estão envolvidos em equipes esportivas militares”.

Além disso, acrescentou que é considerado extremamente improvável que eles consigam demonstrar neutralidade e distanciamento desses regimes, muito menos fazer uma declaração contrária à guerra.

Entenda

Em 27 de fevereiro de 2022, o COI emitiu um comunicado recomendando a exclusão imediata de atletas russos e bielorrussos das competições esportivas devido à guerra na Ucrânia. Alguns atletas desses países tiveram que competir sob bandeiras neutras.

“A atual guerra na Ucrânia coloca o Movimento Olímpico em um dilema. Enquanto os atletas da Rússia e de Belarus poderiam continuar a participar de eventos esportivos, muitos atletas da Ucrânia estão impedidos de fazê-lo por causa do ataque ao seu país. O Comitê Executivo do COI, portanto, considerou hoje cuidadosamente a situação e, com o coração pesado, emitiu a seguinte resolução”, mencionou a nota.

Pouco menos de um ano depois, em 25 de janeiro de 2023, o COI anunciou que atletas dos países banidos poderiam participar, desde que cumprissem certas regras. Competir sob uma bandeira neutra e nunca ter apoiado o conflito eram algumas das exigências dessa iniciativa, que buscava evitar a discriminação e a proibição com base na nacionalidade dos atletas.

Países endossam proibição

Em desacordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), que recomendou no final de março às federações internacionais que autorizem atletas da Rússia e de Belarus a participarem de competições sob bandeira neutra em modalidades individuais, ministros de Esportes de dezenas de países da América do Norte, Europa e Ásia emitiram um comunicado no mês passado manifestando oposição à presença desses competidores.

Os Estados que assinaram o documento ainda manifestaram que sua posição “não é de discriminação contra indivíduos com base em seu passaporte” e reafirmaram que respeitam os direitos de todos os atletas de serem tratados sem discriminação de acordo com a Carta Olímpica.

A declaração foi endossada por Albânia, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Coreia do Sul , Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Suécia, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos.

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