Ministros de Relações Exteriores do G20 adotam proposta de reforma da ONU

Com a liderança do Brasil, representantes das maiores economias do mundo aprovaram o 'Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global'

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Os ministros de Relações Exteriores dos países do G20 se reuniram pela primeira vez na história na sede da ONU em Nova York na quarta-feira (25). Sob a iniciativa do Brasil, a sessão adotou uma proposta de reforma do sistema das Nações Unidas.

O “Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global” prevê compromissos de reforma e modernização das principais organizações internacionais e lista propostas como fortalecimento do papel da Assembleia Geral, aumento do número de membros do Conselho de Segurança e uma Comissão para Consolidação da Paz mais estratégica e eficaz.

Liderança do G20

O secretário-geral da ONU, António Guterres, participou da reunião do bloco formado pelas maiores economias do mundo, além da União Africana (UA) e da União Europeia (UE). O líder da ONU instou os países a liderarem a implementação de reformas profundas no sistema financeiro global e a tomarem medidas urgentes para enfrentar a crise climática.

Em seu discurso na reunião de Ministros das Relações Exteriores do G20, Guterres destacou que as instituições globais devem refletir a realidade atual e responder aos desafios do mundo de hoje.

Sede da ONU em Nova York, Estados Unidos (Foto: Manuel Elias/UN Photo)
Dívida e clima

No encontro, aberto a todos os membros da ONU, Guterres reforçou que o sistema financeiro internacional precisa ser mais inclusivo e representativo. Ele enfatizou a necessidade de um mecanismo eficaz de alívio e reestruturação da dívida, especialmente para os países em desenvolvimento, que enfrentam uma “tempestade dupla” de caos climático e endividamento.

O secretário-geral afirmou que o sistema financeiro precisa ser robusto para proteger os países de choques frequentes. Na agenda climática, o secretário-geral foi enfático: é essencial que os países do G20 acelerem a transição para energias renováveis e eliminem progressivamente os combustíveis fósseis.

Fortalecimento das instituições globais

Ele alertou que, sem reduções drásticas na produção de combustíveis fósseis e o aumento da capacidade global de energias renováveis até 2030, as metas do Acordo de Paris ficarão fora de alcance. “A crise climática não pode ser vítima de competições geopolíticas”, alertou.

Guterres também destacou a necessidade de fortalecer as instituições globais, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, para torná-las mais representativas e eficazes. Ele apelou ao G20 para aproveitar a oportunidade de liderar as reformas necessárias e criar um mundo mais seguro, pacífico e sustentável para todos.

ONU no centro do multilateralismo

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, teve destaque na sessão e afirmou que a iniciativa foi tomada com base na “profunda convicção de que as Nações Unidas são e devem continuar sendo o coração do sistema multilateral”.

Em seu discurso, Lula fez uma convocação de “Conferência de Revisão da Carta da ONU, com base no seu artigo 109”.

Os líderes do G20 se comprometeram também com o aumento das nomeações de mulheres candidatas para cargos de altos funcionários da ONU, incluindo secretário-geral e de presidente da Assembleia Geral.

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