OMS alerta para as desigualdades na distribuição global de imunizantes

Disparidade faz com que economias em desenvolvimento paguem mais do que as nações mais ricas para comprar vacinas

Cerca de 16 bilhões de doses de vacinas contra diferentes enfermidades foram fornecidas em 2021 pela OMS (Organização Mundial da Saúde) a países de todo o mundo. Os dados constam do Relatório do Mercado Global de Vacinas, divulgado na quarta-feira (9).

No total, foram investidos em US$ 141 bilhões em imunizantes no ano passado, quase três vezes mais que o volume e o valor de mercado atingidos em 2019.

De acordo com a agência, o aumento de imunizantes distribuídos no ano passado foi impulsionado principalmente pelas vacinas de Covid-19. Esse fato mostra o “potencial de como a fabricação de vacinas pode ser expandida em resposta às necessidades de saúde”, de acordo com a OMS.

A análise destaca a oferta limitada de vacinas e uma distribuição desigual que gera disparidades globais. Um dos exemplos é o da vacina contra o vírus do papiloma humano, HPV, contra o câncer do colo do útero. Somente  41% do total necessário chegou aos países de baixa renda.

Imunização contra Covid-19 em Gana, março de 2021 (Foto: Unicef/Francis Kokoroko)

O desequilíbrio afeta o grupo de nações mais atingido pela doença, em comparação com os países de alta renda que tiveram 83% de imunizantes.

As disparidades de custos fazem com que economias em desenvolvimento paguem mais do que as nações mais ricas para comprar imunizantes.

A esse respeito, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, ressaltou que o direito à saúde inclui o direito às vacinas. Para o chefe da agência, o relatório mostra que a dinâmica do mercado livre priva os mais pobres e vulneráveis de usufruir desse direito.

A agência pede mudanças no mercado global de vacinas para salvar vidas, prevenir doenças e garantir proteção para crises futuras. Entre 2010 e 2017, a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos diminuiu 24%, em grande parte devido à imunização.

O relatório destaca a melhora da capacidade de fabricação, no apelo feito a  governos, indústria, instituições internacionais e parceiros para que tomem medidas ambiciosas pelo fim das disparidades.

A meta é melhorar o acesso equitativo e alcançar as metas da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável sobre imunização.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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