ONU pede a mesma engenhosidade aplicada na Apollo 13 para combater mudanças climáticas

Atualmente, por volta de 1,8 bilhão de pessoas no planeta estão ameaçadas por riscos de inundação, de acordo com as Nações Unidas

Cerca de 1,8 bilhão de pessoas no planeta estão ameaçadas por riscos de inundação, alertou o presidente da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Csaba Koros, no sábado (18), em um evento de gerenciamento de água em Tóquio, no Japão.

“Este é um desafio que podemos enfrentar com engenhosidade e determinação”, disse ele, pedindo soluções baseadas na ciência e solidariedade, ao fazer uma palestra no simpósio de alto nível intitulado “Gestão Integrada do Ciclo da Água no Pós-Covid-19“.

Koros disse que quando, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU foram elaborados, a magnitude total dos impactos das mudanças climáticas por meio de secas e inundações ainda não era proeminente o suficiente para permitir a inclusão de indicadores explícitos relacionados a inundações e secas no ODS6, o objetivo relacionado à água e saneamento.

Ele comparou o desafio atual ao da malfadada missão lunar Apollo13, que conseguiu retornar à Terra após encontrar um problema mecânico desastroso.

“Em 1970, engenhosidade e ação determinada trouxeram os astronautas de volta à Terra com vida”, disse ele, enfatizando que será necessário o mesmo tipo de determinação para lidar com os riscos de inundação.

Além das ameaças induzidas pelas mudanças climáticas, ele apontou que a proteção e gestão inadequadas contra inundações e o uso imprudente da terra também estão gerando riscos de desastres.

Inundações de 2010 no Paquistão (Foto: Flickr)
A Conferência da Água

Apelando a soluções baseadas na resiliência, sustentabilidade e inclusão, Koros sublinhou a necessidade essencial de fortalecer alianças transnacionais, como a Convenção das Nações Unidas sobre a Água de 1992, gerida pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), e reiterou os seus apelos à um sistema global de informações sobre a água.

Em cinco semanas, a Assembleia Geral convocará a histórica Conferência da Água da ONU, com o Japão copresidindo o diálogo interativo da cúpula sobre clima, resiliência e meio ambiente, disse ele, encorajando a liderança japonesa nessas áreas.

Ele expressou esperança de que a Conferência da Água produza “os compromissos que nos permitirão catalisar o sistema global de informações sobre a água, os alertas precoces para todas as iniciativas e as parcerias científicas fortalecidas de que todos precisamos para enfrentar o que está por vir”.

Em sua mensagem de vídeo, Li Junhua, Subsecretário-Geral para Assuntos Econômicos e Sociais, disse que um dos principais resultados da Conferência da Água é a Agenda de Ação da Água, uma plataforma onde estão sendo coletados compromissos voluntários orientados para a ação.

“Se estamos falando sério sobre mudar o jogo no gerenciamento de água e inundações, conto com vocês, queridos colegas, para trazer seus compromissos mais imaginativos e inovadores para a Conferência em março”, disse ele.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Tags: