Em celebração aos 50 anos do programa “O Homem e a Biosfera”, a Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) promoveu durante todo o ano de 2021 uma série de iniciativas em busca de mais engajamento para proteger uma área de natureza equivalente ao tamanho da China.
São 714 reservas da biosfera, 161 geoparques e 252 sítios do Patrimônio Natural reconhecidos pela Unesco, que representam 6% da superfície do planeta. Iniciado em 1971, o programa foi pioneiro em traçar ações para preservação da biodiversidade.
Os países de língua portuguesa reúnem 24 áreas de reservas reconhecidas pela Unesco. Alguns desses sítios são destinos de turismo e todos reúnem uma larga diversidade de fauna e flora. Portugal é o país que mais possui reservas, com 12 áreas protegidas.
Porto Santo, localizado no arquipélago da Madeira, foi o último a ingressar na lista, em 2020. De acordo com a Unesco, 15 tipos de flora encontradas só existem nesta reserva, que também é a casa da foca mais rara do mundo, a foca-monge do Mediterrâneo, e da tartaruga marinha cabeçuda. Sua biodiversidade marinha segue sendo estudada, e o turismo é o setor econômico mais importante da ilha, com sua população quadruplicando durante a alta temporada.
Em 2022, Portugal deve abrigar a 2ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, pedindo mais compromissos da comunidade internacional para lidar com as ameaças atuais.
Brasil
O Brasil reúne sete reservas, entre elas a Mata Atlântica. Ao lado do Cerrado, esses locais fazem parte da lista da Unesco desde 1993.
Apenas 10% da vegetação original da Mata Atlântica foi mantida. A biosfera corta 17 estados brasileiros, com uma extensão de 3 mil quilômetros. Fica apenas atrás da área Amazônica, importante reserva brasileira.
A mais recente biosfera a entrar nessa lista, em 2017, é o cinturão verde nos arredores de São Paulo, a maior cidade do país.
A inclusão tem o objetivo de fortalecer a preservação de inúmeros serviços ambientais do local, que garantem fontes seguras de água, estabilizam o clima e filtram o ar poluído.
África
Cabo Verde possui duas áreas de reserva: Fogo e Maio. As duas entraram na lista em 2020. Fogo é a mais jovem e única ilha com atividade vulcânica no sul do arquipélago e seu ponto mais alto tem 2.829 metros. Já Maio é uma reserva principalmente marinha e o lar de várias espécies de tartarugas, peixes, aves e répteis.
Um dos locais mais áridos de Cabo Verde, Maio possui belas praias que têm atraído um número crescente de turistas nos últimos anos. A maior parte da população da ilha, de cerca de 7 mil habitantes, vive da produção de milho, feijão, melão e sal, bem como do turismo.
Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau contam com uma reserva em seus territórios. Os países africanos aumentam a lista de 86 áreas de preservação no continente. Elas reúnem diversidade em espécies da fauna e da flora.
Quirimbas, área de proteção moçambicana composta por 11 ilhas, é chamada pela Unesco de “santuário de pássaros”. O local abriga 3 mil espécies florais e uma rica fauna, incluindo elefantes, leões, búfalos e leopardos.
A Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, e o arquipélago Boloma Bijagós, na Guiné-Bissau, também são reservas reconhecidas pela Unesco.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News