Chanceler das Maldivas, Abdulla Shahid assumiu nesta terça-feira (14) a presidência da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Nas palavras dele, trata-se de uma “super sessão para a natureza”, que coincide com diversas conferências importantes sobre o meio ambiente, como a COP26, que acontece entre 1º e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
“Nas Maldivas, de onde venho, vivemos dia após dia, com a ameaça das mudanças climáticas, da elevação do nível do mar… mas nunca perderemos a esperança de que a humanidade estará à altura da situação e de que vamos sobreviver”, disse Shahid ao informativo ONU News.
Segundo Shahid, as metas ambientais traçadas para os próximos anos são viáveis e precisam ser cumpridas. Ele citou a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC, o investimento projetado de US$ 100 bilhões pelos países ricos em ações climáticas no resto do planeta e o acordo de Paris.
“Estamos vendo inundações extensas, clima insuportável, incêndios florestais. Você escolhe, nós estamos vendo. Então, é hora de as Nações Unidas se unirem e darem aquela mensagem de esperança de que sim, a humanidade sobreviverá”.
Outra prioridade de Shahid é a vacinação contra a Covid-19. E a meta do presidente da sessão é ambiciosa. “Falei sobre vacinar o mundo todo porque é muito claro que ninguém está seguro até que todos estejam seguros”, disse ele. Mas não é suficiente. Se pudermos nos unir, poderemos vacinar o mundo até o final de 2022″.
“Consciência internacional”
O maldívio comparou a Assembleia Geral ao Conselho de Segurança e destacou uma diferença fundamental entre os órgãos: a Assembleia não tem poder de coerção. Isso, à primeira vista, parece tornar as decisões da sessão inócuas. Ele discorda. “A Assembleia Geral é o único órgão que tem os 193 países membros representados, e este órgão, quando fala por unanimidade, quando decide sobre o assunto, é ‘a consciência internacional’”.
Nesse sentido, Shahid destacou a importância da cooperação e da ideia de que os desafios globais exigem um ação global unificada. Na visão dele, a Assembleia Geral “estabelece padrões, mostra o caminho a seguir e traça os limites quanto ao que é aceitável e ao que não é”. Trata-se de uma “autoridade moral para definir padrões”.